Sepultamento de barbeiro morto no Alto do Peru é marcado por forte comoção de familiares: 'Não teve tempo de despedida'

Edílson Nascimento Santos morreu após ser baleado na última quarta-feira (3)

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Publicado em 5 de julho de 2024 às 20:14

Edílson Nascimento Santos Crédito: Reprodução/Instagram

Sob comoção de familiares e amigos, o corpo do barbeiro Edílson Nascimento Santos, de 36 anos, foi sepultado na manhã desta sexta-feira (5), no Cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas, em Salvador. Edílson, que morreu após ser baleado no bairro do Alto do Peru na última quarta-feira (3), deixou uma filha de 7 anos. 

A despedida foi marcada por forte abalo dos familiares. Pelo menos duas pessoas passaram mal no local e precisaram de socorro médico. Uma delas foi a irmã do barbeiro, Lia Santos, que horas depois disse que ainda estava sentindo dificuldade de encarar a morte do seu melhor amigo.

"O adeus hoje foi muito doloroso, principalmente para minha mãe, para mim, para a filha e para todos que estavam lá. De verdade, minha ficha não caiu. Eu não tô acreditando que meu irmão não está mais aqui entre nós. [Ele] não merecia isso, a forma que foi, ele não merecia. Não teve tempo de despedida", lamentou.

Ela contou que o irmão se mudou para o Alto do Peru junto com a família aos 12 anos de idade e, desde então, sempre manteve um bom relacionamento com a vizinhança. Apelidado carinhosamente de Zico Black, ele era conhecido por suas habilidades com cortes de cabelo e pela prestatividade. "Zico, no dia a dia, era só alegria. Era super prestativo com todo mundo, o Alto do Peru inteiro conhece ele desde quando fomos morar lá. Zico sempre gostou de jogar bola, de cozinhar, de dançar. Ele dançava no grupo da Igreja, sempre ajudando os vizinhos e os amigos. Graças a Deus, só temos coisas boas para falar dele", disse.

Como irmão, Lia conta que o barbeiro desempenhava o papel de protetor. "Meu irmão era minha vida e minha segurança lá no Alto do Peru. Era quem me ajudava quando eu precisava e era quem me pedia ajuda quando ele precisava também. A gente nunca brigou. Um chamava atenção do outro, se fosse necessário, mas nunca brigamos", reiterou.

Morte

A morte de Edílson Nascimento Santos está sendo investigada pela Polícia Civil e, até o momento, conta com duas versões iniciais que não foram confirmadas. A linha de investigação da polícia segue a versão do amigo da vítima, que não teve o nome revelado, mas seria o proprietário da barbearia em que Edílson trabalhava.

De acordo com a polícia, Edílson e o amigo foram abordados por homens em uma moto e, em seguida, correram em fuga. Os suspeitos atiraram contra a dupla, atingindo Edílson – que chegou a ser socorrido ao Hospital Geral do Estado, mas não resistiu.

Outra versão, contada por vizinhos, foi que o amigo estaria brincando com uma arma, que acidentalmente disparou e atingiu Edílson. Essa versão, contudo, ainda não foi adotada na linha de investigação policial.

Em nota, a Polícia Civil disse que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa investiga a morte, buscando motivação e autoria.