Semana da Mãe Preta do Ilê Aiyê será celebrada com oficinas e rodas de conversa

A iniciativa homenageia as mulheres pretas que seguem o legado de Mãe Hilda Jitolu, a matriarca do bloco

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  • Marina Branco

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 22:46

Semana da Mãe Negra
Semana da Mãe Negra do Ilê Aiyê Crédito: Reprodução I Ilê Aiyê

A Semana da Mãe Preta será celebrada pelo bloco afro Ilê Aiyê entre os dias 25 e 28 de setembro. O evento acontece na sede do bloco, no Curuzu, e na Casa Rosa, no Rio Vermelho, com oficinas e rodas de conversa.

A iniciativa homenageia as mulheres pretas que seguem o legado de Mãe Hilda Jitolu, a matriarca do bloco. Pioneira na recepção e educação afrocentrada de crianças no terreiro Ilê Acé Jitolu, ela hoje dá nome à Escola Mãe Hilda.

O projeto em sua memória, que surgiu ainda durante sua vida e foi testemunhado por ela, acontece anualmente no mês de setembro. A escolha do mês vem da data da Lei do Ventre Livre, que deu liberdade aos filhos de mulheres escravizadas.

O evento, que incluiu palestras, atividades e exposições fotográficas, valoriza o protagonismo feminino dentro do Ilê Aiyê, realidade desde antes do aumento das discussões sobre feminismo negro.

Por alguns anos, o evento não foi celebrado, retornando neste ano por ser o cinquentenário do bloco. Além da data, o retorno também está conectado ao lançamento da biografia de Mãe Hilda, em 15 de julho de 2024, dissertação de mestrado de Valeria Lima, neta de Mãe Hilda, há dez anos atrás.

Valéria é filha de Dete, irmã do Vovô do Ilê e responsável por todo o figurino do bloco. “A gente está falando aqui de três gerações de uma mesma família, de mulheres negras, onde cada uma tem o seu papel e a sua importância nesse processo”, contou ela.

“Eu encontro a terceira geração dessa família que tem um compromisso de manter vivo esse legado e de contar essa história para as próximas gerações, de imortalizar essa história de Mãe Hilda e as histórias de outras mulheres negras para as próximas gerações”, finalizou.

A programação foi ampliada e incluirá oficinas artísticas, na Senzala do Barro Preto (Curuzu), e rodas de conversa na Casa Rosa. A cerimônia de abertura contará com a presença de Valéria, além de Clidiana Ramos na mediação, e Florentina Silva em um bate-papo sobre o livro, a história da Mãe e o Jitolu.