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Wendel de Novais
Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 09:46
A falta de chuva na Bahia já afeta mais de um terço dos municípios no estado. Em meio a seca, de acordo com a União dos Prefeitos da Bahia (UPB), 160 cidades decretaram estado de emergência por conta da crise hídrica. É isso o que relata Quinho Tigre, prefeito de Belo Campo e presidente da UPB, que acompanha as cidades que passam pelo problema.
"Aproximadamente 160 cidades decretaram estado de emergência. Então, estamos na expectativa de ações do Governo do Estado, seja para o fornecimento de água para consumo humano ou animal. Além disso, esperamos a instalação de um galpão para dispensar alimentação para os animais e atenuar os impactos na produção animal", afirma Quinho.
A seca afeta cidades do Semiárido e também das áreas de Mata Atlântica. Diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) que trabalha com ações para atenuar o efeito da seca, Jeandro Ribeiro explica que os motivos para as cidades decretarem emergência.
"Dois terços dos municípios baianos estão no Semiárido e convivem há muito tempo com situação de seca. Esse período é da safra-verão e normalmente chove, mas, nesse ano, não choveu. E não é só a falta de chuva, há também o aumento nas temperaturas que traz muitos prejuízos e intensifica o problema", fala Ribeiro.
O diretor-presidente destaca ainda que o problema das altas temperaturas não é um problema só da Bahia, mas mundial por conta das mudanças climáticas. Ele detalha ainda as consequências da seca. "Além do fornecimento de água, influencia negativamente na produção de alimentos e na produção animal, afetando agricultura e agropecuária. [...] Porém, há em curso um trabalho para fornecimento de milho à balcão para produtores e infraestrutura para auxiliar na captação e armazenamento de água", pondera.
Nesta sexta-feira (15), a gestão estadual anunciou um plano de ação emergencial para monitoramento e mitigação dos impactos da seca na Bahia. Entre os anúncios, estão a entrega de máquinas, abertura de balcão para venda de ração animal, poços artesianos e infraestruturas para combate da crise hídrica.