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‘Se precisar, vai morrer’: servidores protestam contra o Planserv em Salvador

Manifestantes denunciam precariedade no atendimento

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 14:31

Servidores protestam em Salvador
Servidores protestam em Salvador Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Há dois anos, Rosângela Monteiro, 59 anos, aguarda uma decisão da Justiça para passar por uma cirurgia de ombro. A família de Danuzia Mendes, 64, precisou arcar com um procedimento de R$ 30 mil quando o marido foi diagnosticado com câncer de próstata. Ambas são beneficiárias do Planserv e denunciaram o sucateamento do plano de saúde dos servidores públicos da Bahia durante uma manifestação nesta segunda-feira (17), em Salvador.

Os cerca de 20 manifestantes se reuniram no Largo da Piedade no final da manhã. Na ação, pararam em frente aos veículos e suspenderam cartazes com dizeres de ordem. ‘Governador, não mate o servidor’, dizia um deles. O protesto foi organizado por servidores e aposentados que enfrentam a piora no serviço desde 2017.

Entre os problemas citados estão a dificuldade em marcar exames e consultas em unidades da rede credenciada, recusa de atendimento em emergências e demora no serviço do Hospital de Brotas, exclusivo para o plano. Os servidores avaliam que os problemas foram intensificados quando o repasse do Governo do Estado ao Planserv foi reduzido de 4% para 2% durante o governo de Rui Costa (PT).

No ano passado, a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) aprovou o aumento para 2,5% do repasse patronal do Estado ao plano. Enquanto isso, a contribuição dos servidores varia entre 4% e 8%. O desconto é feito diretamente na folha dos servidores. Apesar da contribuição, os beneficiários vivem com receio de precisar de um serviço de urgência.

“Os beneficiários estão pegando empréstimo ou vendendo seus bens quando passam por algum problema de saúde. Praticamente nenhum lugar nos atende. Se você depender do Planserv, vai morrer. Eu convivo com o medo de precisar utilizar o serviço e não ter para onde ir”, desabafa Danuzia Mendes, que viu o marido precisar de uma cirurgia de próstata sem auxílio do Planserv.

Outros beneficiários enfrentam batalhas judiciais em busca de ter o direito garantido. Caso de Rosângela Monteiro, uma das manifestantes desta segunda-feira (17). “Não é brincadeira ficar com dois tendões rompidos por causa da artrose. Consegui, através da Justiça, que uma prótese fosse colocada em um ombro. Agora, já fazem dois anos que luto para conseguir a outra”, conta.

A reportagem entrou em contato com o Planserv, através da assessoria de imprensa, sobre as denúncias dos beneficiários, mas o plano não se manifestou até esta publicação. O espaço segue aberto. Entre 2020 e 2023, foram movidas 6.368 denúncias contra o Planserv no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O CORREIO solicitou os dados relativos aos anos de 2024 e 2025, mas não obteve retorno até esta publicação.

Serviço precário

Na semana passada, os beneficiários denunciaram a falta de atendimento no Hospital de Brotas, em Salvador, que atende exclusivamente os usuários do Planserv. Um vídeo gravado na recepção da emergência, na quarta-feira (12), mostra pacientes aguardando para passar pela triagem, mas sem saber se seriam atendidos.

"Estamos aqui, no Hospital de Brotas, sem atendimento. Tem gente aqui passando mal desde as 8 horas da manhã, sem atendimento, esperando para passar pela triagem e saber o grau de emergência. Só depois, vai saber se vai atender ou não", diz a paciente que grava o vídeo.

O Hospital de Brotas fica na Av. D. João VI, no bairro de Brotas, em Salvador. Ele foi inaugurado depois que diversas emergências de hospitais de Salvador suspenderam o atendimento de beneficiários do Planserv.

Rombo

As contas do plano de saúde dos servidores do estado, o Planserv, fecharam em 2024 no vermelho pelo segundo ano consecutivo, como foi noticiado pelo CORREIO. De acordo com os dados do Portal da Transparência da Bahia, o rombo no ano passado foi de R$ 198 milhões.