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Carol Neves
Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 13:43
Salvador será o local de uma pesquisa que vai monitorar áreas com altas concentrações de calor, conhecidas como ilhas de calor. O objetivo do estudo é fortalecer as estratégias de proteção da população e dos turistas contra os efeitos do aumento das temperaturas, uma das consequências mais evidentes das mudanças climáticas.
O pesquisador e professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia, Paulo Zangalli Jr, se reuniu com representantes da Prefeitura de Salvador para discutir o projeto, chamado Observatório do Calor (Heat Watch Campaign). O estudo, coordenado por Zangalli Jr, conta com o apoio da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos e será realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal e a Codesal.
Segundo reportagem do Alô Alô Bahia, a coleta de dados será realizada na quinta-feira (23), abrangendo toda a área continental de Salvador, além da Ilha de Maré. Sensores de temperatura instalados nos veículos da Codesal serão usados para a medição. Os dados coletados serão analisados e disponibilizados em uma plataforma pública, garantindo a transparência e o acesso à informação para a população.
Zangalli Jr conta que Salvador será uma das primeiras cidades da América do Sul a participar do monitoramento. "Além disso, Salvador será a primeira cidade brasileira a ter seu território continental monitorado, o que representa uma inovação significativa. O projeto tem um foco em justiça ambiental, procurando entender como diferentes bairros enfrentam o calor em situações de trabalho, deslocamento e lazer. Esses dados também ajudarão a aprimorar o modelo global de mapeamento climático", explicou o pesquisador.
Mapa via satélite
Salvador possui atualmente um mapa de calor baseado em imagens de satélite, mas a nova tecnologia empregada nesta pesquisa promete uma maior precisão na identificação das áreas mais vulneráveis.
A cidade já conta com o Plano de Contingência para Altas Temperaturas da Codesal, que é ativado quando a temperatura atinge ou supera os 36°C. Este plano inclui a instalação de ilhas de hidratação, distribuição de água potável e protetor solar, uso de aspersores de água e emissão de alertas pelo Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Codesal.
"O monitoramento climático é uma prioridade para nós. Temos 14 estações meteorológicas, sendo 12 próprias e duas do Instituto Nacional de Meteorologia, que fornecem dados essenciais sobre chuvas, ventos e radiação solar. Essas informações são fundamentais para a Defesa Civil e outras equipes, que trabalham 24 horas por dia para prevenir desastres", destacou o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo. Ele também mencionou iniciativas sociais integradas, como a distribuição de protetores solares para vendedores ambulantes durante eventos públicos, em parceria com a Secis.