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Larissa Almeida
Publicado em 7 de março de 2025 às 05:00
O setor imobiliário de Salvador registrou o maior aumento de preço entre as capitais do Brasil. Em 12 meses, a capital baiana teve elevação de 19,11% no valor dos imóveis, de acordo com o Índice FipeZap, do Instituto de Pesquisas Econômicas, que monitorou preços de 37.422 anúncios entre março do ano passado e fevereiro deste ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7). A alta percentual foi a maior registrada em 14 anos para o período monitorado desde que a entidade começou a acompanhar o mercado de imóveis em na cidade. >
Antes do recorde percentual registrado neste ano, o maior aumento no valor de imóveis entre os meses de março e fevereiro havia sido contabilizado em 2024, quando houve incremento de 16,38%. Para se ter ideia da alta, no ano de 2023 o percentual de aumento de preço tinha sido definido em 5,77%. >
Para Mário Augusto de Almeida, corretor de imóveis, conselheiro e tesoureiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado da Bahia (Creci-BA), esse aumento expressivo nos valores de comercialização de apartamentos e casas reflete o cenário econômico brasileiro. >
“Um dos principais motivos [do aumento] é o desempenho positivo da economia brasileira, impulsionando o mercado imobiliário. Outro fator importante é a alta demanda por imóveis residenciais, especialmente em cidades como Salvador, que apresentaram um crescimento significativo nos preços de venda”, aponta. >
Ele também chama atenção para o fato de que o índice FipeZap registrou aumento nos preços de imóveis em outras cidades brasileiras, como Curitiba, João Pessoa e Aracaju. “[Isso] sugere uma tendência geral de alta nos preços de imóveis no país”, complementa. >
O corretor de imóveis Gustavo Reikdal, por sua vez, explica que Salvador também lida, atualmente, com projetos de revitalização da cidade, que desenvolve e valoriza regiões específicas. Além disso, o ramo da construção civil tem enfrentado uma crise no valor de insumos, que impacta diretamente o custo repassado aos compradores e, e por consequência, geram elevação de valores do mercado como um todo. >
Outro fator destacado por Gustavo é a especulação imobiliária. “Há um movimento de investidores apostando na valorização futura de regiões que estão se desenvolvendo rapidamente, como Jaguaribe. Além disso, turismo e locações de temporada têm causado a expansão de plataformas como Airbnb e retomada do turismo de negócios em Salvador”, frisa. >
Há, ainda, uma crise de ofertas imobiliárias, conforme sinaliza José Alberto Vasconcellos, 2º vice-presidente e diretor de Patrimônio do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado da Bahia (Creci-BA). “Estamos com a oferta de imóveis novos muito em baixa, o que eleva o preço dos que estão sendo lançados e aumenta os preços dos usados”, finaliza. >
O crescimento do preço encareceu, principalmente, as áreas mais nobres da cidade, que têm preço médio do metro quadrado avaliado em até R$ 10.674,00, enquanto o preço médio do metro quadrado de Salvador é estimado em R$ 7.116. Dentre os bairros mais impactados, estão a Barra, Caminho das Árvores, Ondina, Rio Vermelho e Pernambués. >