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Perla Ribeiro
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 12:48
A cada ida ao mercado, a sensação é a mesma: está tudo caro. Mesmo repetindo a lista de compras do mês anterior, a conta ficou mais cara. Sim, os produtos da cesta básica estão mais caro e, em Salvador, os reajustes foram ainda maiores. De acordo com a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Salvador foi a capital que registrou o volume mais alto de reajuste nos preços dos produtos da cesta básica, que acumulou uma alta de 6,22% em janeiro em relação a dezembro de 2024. Em seguida aparece Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). Na contramão da alta de preços, Porto Alegre registrou uma redução de -1,67%, Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%). >
Apesar de Salvador figurar como campeã no percentual de reajuste, a cidade não possui a cesta básica mais cara, sequer figura entre as três capitais onde os valores são os mais altos. São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 851,82), seguida por Florianópolis (R$ 808,75), Rio de Janeiro (R$ 802,88) e Porto Alegre (R$ 770,63). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 571,43), Recife (R$ 598,72) e João Pessoa (R$ 618,64).>
O preço da cesta básica em Salvador, em janeiro de 2025, chegou a R$ 620,23. Na comparação com janeiro de 2024, o valor aumentou 4,55%. Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, nove produtos que compõem a cesta básica tiveram alta nos preços médios. Entre os vilôes estão o tomate (50,47%), café em pó (15,05%), banana (5,31%), manteiga (4,87%), carne bovina de primeira (2,11%), farinha de mandioca (1,39%), pão francês (0,84%), óleo de soja (0,63%) e leite integral (0,28%). >
No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em sete dos 12 produtos da cesta: café em pó (73,94%), óleo de soja (35,20%), leite integral (16,80%), carne bovina de primeira (16,47%), arroz agulhinha (6,51%), pão francês (5,03%), manteiga (4,25%). Na direção contrária, outros três produtos apresentaram queda de preço: feijão carioquinha (-4,16%), açúcar cristal (-0,90%) e arroz agulhinha (-0,53%). No acumulado dos últimos 12 meses, outros cinco itens acumularam reduções: feijão carioquinha (-18,69%), banana (-14,32%), farinha de mandioca (-11,52%), tomate (-4,35%) e açúcar cristal (-0,90%).>
Em janeiro de 2025, o trabalhador de Salvador, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00, precisou trabalhar 89 horas e 53 minutos para adquirir a cesta básica. Em dezembro de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, o tempo de trabalho necessário ficou em 90 horas e 58 minutos. Em janeiro do ano passado, o tempo era de 92 horas e 26 minutos. Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, no primeiro mês de 2025, 44,17% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Já em 2024, os percentuais foram de 44,70%, em dezembro, e de 45,42%, em janeiro.>