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Larissa Almeida
Publicado em 17 de outubro de 2024 às 07:15
A onda de furtos de hidrômetros – aparelhos de precisão que medem e registram o volume de água consumido por um imóvel – já causou prejuízo de R$ 450,8 mil às contas públicas do estado neste ano. As 3.147 ocorrências registradas na cidade não apenas prejudicaram o abastecimento de água, como também causaram desperdício. Isso porque, segundo Diego Marinho, que é engenheiro sanitarista, a falta do equipamento pode ocasionar a perda de 12 mil litros de água por hora. >
O especialista explica que a estimativa de desperdício pode ser calculada através de uma conta simples. “Basta sabermos a quantidade de hidrômetros, a capacidade média deles na região e multiplicar isso pelo tempo que, em média, a companhia gasta para recolocar eles no lugar. [...] Se a demanda em um determinado ponto for de 12 m³/h, significa que a cada hora que o sistema ficar aberto e vazando, serão desperdiçados os 12 mil litros”, explica. >
Uma vez que os crimes são cometidos geralmente pela madrugada, é comum que os moradores só se deem conta do problema ao amanhecer, o que aumenta os prejuízos. “Há prejuízo financeiro direto sobre o custo do equipamento, que pode variar de R$ 100 a quase R$ 7 mil por unidade, a depender da especificação técnica, até prejuízos com o rateio da conta de água, pois aquele custo ou ficará com a sociedade local ou com a Companhia de Água”, aponta. >
No caso da Embasa, os impactos do furto de hidrômetros são percebidos nos custos de produção, conforme pontua Jonatas Sodré, que também é engenheiro sanitarista. “Se a companhia de saneamento gasta para produzir água e não fatura essa água, ela acaba tendo que absorver esse custo, que vai ser considerado na hora que for solicitada a revisão da tarifa. Ou seja, esse risco de perda de água, que a companhia não controla por ser decorrente de furto, pode depois representar um aumento significativo na tarifa”, reitera. >
Diego Marinho, por sua vez, acrescenta que há ainda custos com as manutenções nas tubulações impactadas e instalações dos novos equipamentos, bem como as logísticas associadas. Por fim, chama atenção para os efeitos no meio ambiente. “[Há] impacto ambiental nesse desperdício de água, pois estamos falando de um bem dotado de valor e finito”, frisa. >