Saiba quantos litros de água é desperdiçado a cada hidrômetro furtado

De janeiro a setembro, Salvador registrou 3.147 ocorrências do tipo

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  • Larissa Almeida

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 07:15

Os hidrômetros são alvo dos furtos, como todos os materiais com metaisos hidrômetros são alvo dos furtos, como todos os materiais com metais
Como todos os materiais com metais, os hidrômetros são alvo dos furtos por toda Salvador, gerando prejuízos incontáveis Crédito: Divulgação

A onda de furtos de hidrômetros – aparelhos de precisão que medem e registram o volume de água consumido por um imóvel – já causou prejuízo de R$ 450,8 mil às contas públicas do estado neste ano. As 3.147 ocorrências registradas na cidade não apenas prejudicaram o abastecimento de água, como também causaram desperdício. Isso porque, segundo Diego Marinho, que é engenheiro sanitarista, a falta do equipamento pode ocasionar a perda de 12 mil litros de água por hora.

O especialista explica que a estimativa de desperdício pode ser calculada através de uma conta simples. “Basta sabermos a quantidade de hidrômetros, a capacidade média deles na região e multiplicar isso pelo tempo que, em média, a companhia gasta para recolocar eles no lugar. [...] Se a demanda em um determinado ponto for de 12 m³/h, significa que a cada hora que o sistema ficar aberto e vazando, serão desperdiçados os 12 mil litros”, explica.

Uma vez que os crimes são cometidos geralmente pela madrugada, é comum que os moradores só se deem conta do problema ao amanhecer, o que aumenta os prejuízos. “Há prejuízo financeiro direto sobre o custo do equipamento, que pode variar de R$ 100 a quase R$ 7 mil por unidade, a depender da especificação técnica, até prejuízos com o rateio da conta de água, pois aquele custo ou ficará com a sociedade local ou com a Companhia de Água”, aponta.

No caso da Embasa, os impactos do furto de hidrômetros são percebidos nos custos de produção, conforme pontua Jonatas Sodré, que também é engenheiro sanitarista. “Se a companhia de saneamento gasta para produzir água e não fatura essa água, ela acaba tendo que absorver esse custo, que vai ser considerado na hora que for solicitada a revisão da tarifa. Ou seja, esse risco de perda de água, que a companhia não controla por ser decorrente de furto, pode depois representar um aumento significativo na tarifa”, reitera.

Diego Marinho, por sua vez, acrescenta que há ainda custos com as manutenções nas tubulações impactadas e instalações dos novos equipamentos, bem como as logísticas associadas. Por fim, chama atenção para os efeitos no meio ambiente. “[Há] impacto ambiental nesse desperdício de água, pois estamos falando de um bem dotado de valor e finito”, frisa.