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Maysa Polcri
Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 03:00
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que ao menos 110 cidades baianas enfrentam falta de vacinas que integram o calendário nacional de imunização. Os dados, atualizados até 12 de dezembro, revelam que vacinas que previnem catapora, febre amarela e covid-19 estão entre as faltantes.
O Ministério da Saúde nega desabastecimento generalizado, mas admitiu que problemas logísticos impactaram o fornecimento dos imunizantes, em nota publicada em dezembro. Confira abaixo quais vacinas estão em falta na Bahia e os motivos.
Catapora (varicela)
Das 119 cidades baianas que participaram da pesquisa da CNM, 84 admitiram escassez de vacina contra catapora. Em 2024, a Bahia foi o estado com mais casos da doença registrados. O cronograma combinado entre o Ministério da Saúde e o laboratório parceiro não foi cumprido por problemas na fabricação do imunizante.
A pasta comprou 2,750 milhões de doses extras, em 2024, e outras 5,5 milhões deverão ser entregues neste ano. A expectativa é que os estoques sejam normalizados no primeiro semestre de 2025. O imunizante é recomendado para a população indígena a partir dos 4 anos, profissionais de saúde e pacientes com doenças renais crônicas.
Em 2013, o MS introduziu a vacina tetra viral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora, na rotina de vacinação de crianças entre 15 meses e 2 anos de idade que já tenham sido vacinadas com a primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). A tetra viral está em falta em pelo menos 10 cidades baianas.
Em casos graves, a catapora pode causar encefalite. A inflamação aguda no sistema nervoso central pode levar à morte.
Febre amarela
Indicada para crianças a partir dos 9 meses, a vacina contra febre amarela está em falta em ao menos 76 cidades baianas. Houve problemas de controle de qualidade no início do ano passado, o que atrasou o cronograma de entregas pelo fornecedor Biomanguinhos/Fiocruz. Não há previsão para regularização dos estoques.
Meningocócica C
O desabastecimento da vacina acontece desde setembro de 2023, devido ao não cumprimento da reprogramação das entregas para 2024. Na Bahia, a escassez atinge 62 cidades. A situação causou aumento repentino da vacina substituta (ACWY). Crianças devem tomar as doses aos 3, 5 e 12 meses de idade. A doença é um tipo de meningite bacteriana, que pode causar danos cerebrais e óbito.
DPT
O imunizante é uma composição combinada que previne contra três doenças: difteria, tétano e coqueluche. Segundo a pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios, 39 municípios baianos estão desabastecidos. As crianças devem tomar duas doses da vacina: aos 15 meses e aos 4 anos de vida.
Covid-19 para crianças
A vacina, que é a mesma para crianças e adultos, difere apenas na dosagem. A oferta para a vacinação infantil foi menor, resultando em falta de doses em alguns estados. O problema ocorre em pelo menos 26 cidades da Bahia. Durante o processo de vacinação, alguns lotes se aproximaram do vencimento, e o Ministério solicitou a substituição por novos. Agora, aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além dessas, cidades baianas admitem falta das vacinas contra covid-19 para adultos (26 municípios), dengue (12) e tetraviral (10).