Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Saiba quais são as especialidades que levam mais tempo para conseguir consulta pelo SUS na Bahia

Bahia tem média de 12,5 dias de espera para atendimento especializado pelo SUS

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 18 de março de 2025 às 05:20

A vacinação foi confusa com falta de doses e longas filas em Salvador.
Fila para vacinação Crédito: Nara Gentil/Arquivo CORREIO

Os baianos que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para cuidar da saúde precisam esperar, em média, 12,5 dias para obter consultas especializadas. Isso é o que revelou uma ferramenta desenvolvida pelo GLOBO, com base em dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, que informam o tempo de espera nas filas de atendimento médico da Bahia. Apesar da média do estado ser a segunda melhor do país, algumas especialidades têm período maior de espera que, segundo usuários do SUS, superam a marca de dois anos.

No estado, as especialidades que os baianos levam mais tempo, em média, para conseguir consulta pelo SUS são: Psicologia (20,7 dias), Fonoaudiologia (20,4 dias), Homeopatia (18,2 dias), Cardiologia (17 dias), Psiquiatria (16,6 dias), Dermatologia (16,5 dias) e Ortopedia/Traumatologia (15,7 dias). Os dados, referentes ao ano de 2024, foram informados pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) ao Ministério da Saúde.

Para Marcos Gêmeos, presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-BA), a média para cada especialidade ainda pode melhorar. “Quanto mais ágil for o atendimento em algumas especialidades, mais rápido as pessoas terão acesso e poderão iniciar o tratamento, o acompanhamento e o tratamento. O ideal é que as pessoas tivessem o acesso imediato”, ressalta.

Impactos

Quem compartilha da perspectiva do presidente do CES-BA é o aposentado Crispiniano da Rocha, de 72 anos, que aguarda na fila de espera do SUS há bastante tempo para ser conseguir uma consulta na área de Cardiologia, Oftalmologia e Ortopedia. “Essas especialidades eu tenho dificuldade de encontrar nos postos médicos, porque lá só tem mais médicos clínicos. No caso de cardiologista, há mais de três eu procuro e não tem”, relata.

“Tem vezes que cansamos de esperar e a doença vai piorando. Tem situações que temos que correr e pagar uma consulta particular. [...] Eu tenho problema na coluna, pressão alta controlada e sofro de apneia do sono. Eu andei tanto para fazer o tratamento para a insônia que cheguei ao ponto de desistir. Não achei tratamento pelo SUS de maneira alguma”, complementa Crispiniano.

Por falta de atendimento com neurologista, Crispiniano precisa gastar o dinheiro da aposentadoria, que é abaixo de dois salários-mínimos, sempre que precisa ir ao especialista. O sacrifício faz com que tenha que economizar na comida do mês, na roupa e no lazer que, segundo ele, já é escasso.

Como último recurso, a aposentada Eliovane Brito, 59, está prestes a pagar por uma consulta particular com um médico oftalmologista, uma vez que há dois anos tenta marcar um atendimento pelo SUS, sem sucesso. “Há mais de dois anos, eu tento trocar meus óculos. Fui em uma clínica na Lapinha, que atende pelo SUS, mas lá só adianta se o caso for de catarata, mas não é meu caso. Então, vou ter que encarar o pagamento de uma consulta por R$ 140, porque vou fazer mais de dez anos com os mesmos óculos, e isso não está certo. Está me prejudicando”, diz.

Além da demanda com oftalmologista, Eliovane sofre há quase dois anos com um tipo de micose na perna. Há um ano e meio, ela busca atendimento com dermatologista e chegou até a conseguir requisição, mas nunca houve marcação por parte do SUS. Ela afirma que essa demora, além de sinalizar descaso, atrapalha a vida.

“Eu uso bermuda ou short e fica um pouquinho feio. Às vezes, sinto um pouco de vergonha, e saio mais de calça para esconder. Estou aposentada, querendo viver, e isso me atrapalha”, frisa.

Média positiva frente ao cenário nacional

Conforme a ferramenta do GLOBO, o tempo de espera na Bahia é significativamente menor do que a média nacional de 57 dias e muito abaixo do registrado no Distrito Federal, que lidera o ranking com 150,3 dias de espera. O resultado coloca a Bahia como o segundo estado com menor tempo de espera do país, ficando atrás apenas do Piauí, que registrou 10,8 dias.

Um dos fatores mais relevantes para esse resultado, de acordo com a secretária de Saúde do Estado da Bahia, Roberta Santana, é a implementação das policlínicas regionais de saúde – são 26 atualmente, que já realizaram mais de 7 milhões de atendimentos.

"A redução no tempo de espera para consultas especializadas é um reflexo do compromisso do Governo da Bahia com a ampliação do acesso à saúde. As policlínicas regionais estão garantindo que os baianos tenham atendimento rápido e próximo de suas casas, reduzindo desigualdades e promovendo uma saúde pública mais eficiente e resolutiva”, afirma a secretária.

Além das policlínicas, a Bahia tem investido na ampliação da infraestrutura hospitalar, construção de novas unidades de saúde e fortalecimento da atenção básica. Há também avanços do estado na digitalização dos processos de regulação e na gestão dos fluxos assistenciais, com objetivo de garantir maior eficiência na marcação de consultas e exames.