Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Larissa Almeida
Publicado em 3 de outubro de 2024 às 05:50
Os antibióticos, medicamentos recomendados pelos médicos para o tratamento de infecções bacterianas, têm como função principal eliminar ou impedir a multiplicação de bactérias. Nesse processo, no entanto, não é raro que quem faz uso do medicamento tenha coceira na vagina e sequer desconfie que o medicamento pode estar por trás do problema.
De acordo com a ginecologista Nádia Tiúba, isso acontece porque o antibiótico não é seletivo e acaba matando as bactérias essenciais ao funcionamento normal do corpo. “Se a pessoa teve um problema de garganta e usou um antibiótico, o medicamento desarruma a forma natural da defesa. Não à toa, muita gente toma antibiótico e tem diarreia, porque ele desarruma a flora intestinal. O mesmo ocorre com a vagina: o antibiótico não é seletivo e acaba matando as bactérias e os bacilos de Doderlein, que fazem defesa e proteção da flora vaginal”, explica a especialista.
Nádia alerta que o uso prolongado do medicamento pode implicar em uma candidíase, que deve ser tratada como uma vaginose bacteriana. A doença é causada pelo fungo Candida albicans e pode provocar, além da coceira intensa, irritação, inchaço, corrimento branco e espesso, além de ardência na região da vulva.
O ginecologista Alexandre Amaral afirma que é possível evitar complicações na região íntima decorrentes do uso de antibióticos através de práticas preventivas. "Os antibióticos devem ser utilizados somente quando necessário e sempre sob a orientação de um profissional de saúde. Além disso, é importante considerar formas de proteger a flora vaginal durante o tratamento, como a inclusão de probióticos vaginais, que podem ajudar a manter o equilíbrio da microbiota”, orienta ele.
No caso de o paciente estar tomando antibiótico e apresentar coceira vaginal, o recomendado é buscar orientação médica para diagnóstico e tratamento adequados. Nesse caso, o profissional de saúde pode recomendar antifúngicos ou antibióticos específicos para tratar a condição. Além disso, podem ser sugeridas estratégias para restaurar o equilíbrio da flora vaginal, como a utilização de probióticos, tanto orais quanto vaginais.