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Millena Marques
Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 02:00
A Bahia é o 4º maior produtor de café do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Os dois principais tipos de cafés são produzidos nas regiões do Planalto, Cerrado e Atlântico. Parte desse produto é consumido pelos baianos, que também desfrutam do grão cultivado em Minas e no Espírito Santo, segundo João Lopes Araujo, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé).
“A Bahia consome parte do que produz. Exporta parte para o exterior e outros estados e importa principalmente de Minas, que é o maior produtor do Brasil”, explicou. O dado mais recente em relação ao consumo é da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo apontou que Bahia era o 3º maior estado em aquisição domiciliar per capita anual de café, com uma média de 2,9 kg por pessoa, atrás de Santa Catarina (3,1 kg) e Paraná (3,0 kg).
Segundo a Produção Agrícola Municipal (PAM), também do IBGE, a Bahia produziu 232.497 toneladas de café em 2023. Minas Gerais produziu 1.735.408 toneladas, seguido de Espírito Santo (811.417 toneladas( e São Paulo (307.353 toneladas).
O cultivo baiano de café arábica se dá nas regiões do Planalto (centro-sul e centro-norte baiano) e no Cerrado (Extremo-Oeste da Bahia). As lavouras de café no Planalto estão divididas em três microrregiões: Chapada Diamantina, Vitória da Conquista e Brejões. Já as lavouras de café no Cerrado estão divididas em quatro municípios: Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e Cocos.
O café conilon está concentrado na região do Atlântico, no Sul da Bahia e, especificamente, em quatro microrregiões: Extremo-Sul, Costa do Descobrimento, Litoral Sul e Baixo Sul. Pela primeira vez na história, segundo Araujo, o conilon teve maior produção que o arábica. “Porque no Sul da Bahia choveu melhor, tem mais possibilidade de irrigação e, por isso, o conilon cresceu mais”, explica.
O café baiano é considerado de alta qualidade, atingindo 80 pontos na escala de pontuação da Metodologia de Avaliação Sensorial da SCA (Specialty Coffee Association), que vai até 100. Nessa avaliação contam atributos como a fragrância e aroma, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, sabor, acidez, corpo, finalização, harmonia, conceito final – esse último se refere a impressão geral atribuída pelo classificador.