Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Sabe o que é 'odontologia biológica'? Conselho na Bahia faz alerta sobre desinformação

Postagens na internet criticam o que é estabelecido como seguro e eficaz há décadas

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Tharsila Prates

Publicado em 25 de março de 2025 às 18:21

Conselho CRO Bahia faz alerta para falsas promessas da odontologia biológica
Conselho na Bahia faz alerta para falsas promessas da odontologia biológica Crédito: Divulgação

Amplamente difundida nas redes sociais, a chamada “Odontologia biológica” tem preocupado os conselhos de classe. A área não é reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) – nem como especialidade nem como habilitação – e, mesmo assim, profissionais têm se intitulado especialistas em “odontologia biológica”, propagando desinformação sobre os cuidados com a saúde bucal.

As postagens envolvem temas conhecidos, como tratamento de canal, restaurações de amálgama, implantes dentários e até o flúor do creme dental – sempre com críticas ao que é estabelecido como seguro e eficaz há décadas. No lugar, esses profissionais afirmam que buscam avaliar o paciente como um todo, com o objetivo de “minimizar os danos à saúde causados pelos tratamentos convencionais”.

“As falsas promessas de cura e a difamação de uma odontologia verdadeira, que é baseada em evidência científica, nos preocupam bastante. Essa odontologia biológica se apropria de um nome que é de toda odontologia, porque toda odontologia é biológica. Nós trabalhamos com tecidos, com células. O que nós mais aprendemos na faculdade é a biologia”, afirma o presidente do Conselho Regional de Odontologia da Bahia, Marcel Arriaga.

Além de não ser reconhecida pelo órgão que regula a atuação dos dentistas, a "odontologia biológica" propaga informações enganosas, como a ideia de que o flúor tem efeitos tóxicos e que o amálgama presente nas restaurações funciona como uma antena que atrai ondas eletromagnéticas.

“Essa odontologia alardeia uma preocupação excessiva com amálgama na boca que é um material muito utilizado. No presente ainda é, mas no passado era mais utilizado ainda. Então, com uma falsa preocupação que o indivíduo tem que retirar porque o mercúrio do amálgama causa problemas neurológicos e, na realidade, não é nada disso”, explica o presidente do Croba.

Basta uma busca pelo termo na internet para ser direcionado a diversos sites que a descrevem como a especialidade de alguns dentistas. Não há uma definição oficial, mas os conteúdos dizem que se trata de uma abordagem que minimiza danos à saúde causados por condutas e materiais usados em tratamentos odontológicos clássicos. Além disso, os sites informam que essa é a perspectiva que compreende que um dente com problemas pode causar disfunções em outros órgãos, como o coração.

Segundo o que é vendido pela odontologia biológica, dentes como os incisivos centrais e laterais, por exemplo, poderiam ter uma relação direta com desordens no sistema urinário, reprodutivo, esquelético e, até mesmo, com desordens emocionais. O uso de aparelhos ortodônticos ou o posicionamento incorreto dos dentes poderia levar a problemas como infertilidade.

Ainda de acordo com o Conselho, os “dentistas biológicos” citam em seus anúncios a toxicidade do flúor para a saúde; a associação entre contenção ortodôntica e infertilidade; e a afirmação de que a endodontia pode levar a focos de infecção que se perpetuarão por toda a vida.

“É uma odontologia que busca dinheiro, que busca ludibriar o paciente, alardeando preocupações desnecessárias perto das outras práticas que são realmente reconhecidas pela odontologia”, acrescenta Arriaga.