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Perla Ribeiro
Publicado em 12 de abril de 2025 às 16:55
Uma forte chuva que caiu no município de Camacan, no sul da Bahia, na tarde dessa sexta-feira (11), causou estragos por toda a cidade. Pelo menos 137 famílias foram afetadas, sendo que 37 tiveram que deixar os seus imóveis e se alojar na casa de parentes. O cenário era de ruas e casas alagadas, com o nível da água chegando a 60 centímetro, imóveis destelhados, deslizamento de terra, árvores caídas e uma população desesperada. >
De acordo com o coordenador de Defesa Civil do município, Gilberto Oliveira Fernandes, choveu na cidade 80 milímetros em apenas 30 minutos e o mau tempo chegou acompanhada de ventos de até 80km/hora e raios. Só para se ter uma noção do que isso representa, o bairro que mais choveu em Salvador em março registrou 126 milímetros em um mês. >
"Gente, pelo amor de Deus, olha pra isso aqui como está. A menina está ali ilhada, a água está dentro da casa dela, olha a casa de Das Dores, olha a casa de Noêmia como é que está. Se tiver alguém ouvindo, vem pra cá ajudar, em nome de Jesus", clamou uma moradora em prantos, enquanto gravava um vídeo mostrando a situação da rua completamente alagada.>
O coordenador de Defesa Civil de Camacan explica que a situação se agravou porque foi muita água em pouco tempo. "A cidade está acostumada com chuvas, mas espaçada, então vai dando vazão. Dessa vez, a abertura da cidade não deu vazão, por isso invadiu as casas. No momento, o nível da água baixou, mas a gente vai precisar avaliar os imóveis um a um. Porque a água baixa, mas muitas vezes deixa problemas estruturais". >
Por conta da chuva, o fornecimento de água chegou a ser suspenso em alguns bairros, escolas suspenderam as aulas e o comércio fechou as portas mais cedo ontem, mas já voltou a funcionar normalmente. Quem circulou pelas ruas da cidade neste sábado (12) encontrou moradores tirando a lama, o resto da água alojada nas casas e contabilizando os prejuízos. Teve quem perdeu móveis, eletrodomésticos, cama e roupas. "As pessoas estão tentando limpar as casas. Algumas já conseguiram voltar para as casas, mas outras ainda não, porque aguardam a Defesa Civil fazer vistoria para liberar o imóvel", explica.>
Como a cidade é de muito relevo, a parte mais baixa ficou completamente alagada e a parte alta foi mais afetada pelos ventos fortes, que derrubou telhados. "Tivemos problemas em telhados, alguns telhados foram arrancados, mas graças a Deus não teve vítimas. A gente está até o momento fazendo atendimentos junto com toda a equipe da prefeitura, de infraestrutura, de assistência social. Estamos atendendo as famílias em situação de vulnerabilidade". Diante do cenário, equipes do Corpo de Bombeiros do 4º Batalhão de Itabuna foram acionadas para vistorias as áreas mais afetadas da cidade.>
Funcionários da prefeitura só pararam os trabalhos 1h da manhã de sábado, tendo que retornar o mutirão de emergência logo cedo. "Fizemos uma reunião no gabinete do prefeito e depois todas as equipes foram para a rua fazer mais alguns atendimentos. Estamos fazendo relatório dos estragos para poder dimensionar o tamanho do prejuízo", explicou o coordenador da Defesa Civil. A prefeitura informou em um comunicado na sua página oficial do Instagram que os relatórios técnicos serão encaminhados ao Governo do Estado para que sejam tomadas as medidas necessárias com urgência. >