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Larissa Almeida
Publicado em 26 de novembro de 2024 às 18:22
O Samba de São Lázaro, festa que ocorre todas as sextas-feiras no Largo da Igreja de São Lázaro, no bairro da Federação, continua com o futuro indefinido. Nesta terça-feira (26), organizadores do samba, agentes municipais, representantes da Polícia Militar e moradores dos prédios no entorno do largo se reuniram na Câmara de Vereadores de Salvador para discutir os rumos do evento, que teve o horário de fim estipulado para 22h após denúncias de moradores da região, mas não chegaram a um acordo.
A reunião teve início às 14h30 e durou até 17h. Na ocasião, os coordenadores da Empresa Salvador Turismo (Saltur) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), bem como representantes da 41º CIPM Federação da Polícia Militar, ouviram os moradores dos prédios no entorno do largo e os organizadores da festa.
Segundo Thiago da Silva, um dos organizadores do samba, foi proposto aos agentes municipais estender a festa até meia-noite, mas o pedido não foi acatado. “Eles disseram que temos o alvará e a permissão para continuar, mas começando às 20h e terminando às 22h. Só que o horário do fim é normalmente o horário que as pessoas chegam”, disse.
Os rumores quanto ao fim do samba foram espalhados nas redes sociais durante o final de semana, quando uma página divulgou que as atividades seriam encerradas por conta das mudanças. Thiago, que não queria decretar o fim sem esgotar as possibilidades de negociação, já mudou o tom. “Se for desse jeito, não vai dar para continuar”, declarou.
Os desdobramentos do caso já vão impactar os adeptos da festa nesta semana. Isso porque, na próxima sexta-feira (28), o Samba de São Lázaro está cancelado e não tem previsão de retorno até que uma nova reunião seja marcada. “Não temos como continuar, porque investir em mercadoria, colocar as pessoas para trabalhar e investir em gelo são gastos. Se for para fazer isso e chegar na hora não ter nada, é melhor não ter”, afirmou.
“São praticamente três sextas-feiras, desde que começou a valer a mudança de horário, que teve gente sem vender quase nada. Na semana passada, uma comerciante só vendeu uma água. Várias famílias que dependem do samba para colocar comida dentro de casa estão passando por aperto”, lamentou.
A reportagem procurou a Polícia Militar, a Sedur e a Transalvador para se posicionar sobre a reunião, mas nenhuma das entidades se manifestaram. O espaço segue aberto.