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Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2024 às 20:41
O novo contrato de gestão da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) pela Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA) foi assinado na tarde desta quarta-feira (25) pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult-BA). O ato ocorreu no Cine Teatro Solar Boa Vista, no Engenho Velho de Brotas. O local servirá como sede temporária da orquestra durante a reforma do Teatro Castro Alves.
De acordo com a Secult-BA, o documento, na ordem de R$ 26 milhões, garante a cessão da administração da Osba para a ATCA pelos próximos 24 meses, contando a partir de 1º de outubro de 2024. A associação está à frente da orquestra desde 2017 e venceu o segundo edital aberto pela Secult, já que o primeiro, em disputa com o Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM), foi declarado fracassado.
Para Carlos Prazeres, maestro regente da Osba, a assinatura representa um incentivo crucial para a continuidade do funcionamento da orquestra. “Estamos muito felizes, porque essa continuidade reflete o verdadeiro sentido da Osba: ser do povo e continuar do povo. Hoje, a Osba é uma orquestra sinfônica que está abraçada e conectada com sua sociedade, e isso faz muita diferença”, afirmou.
“Sob a liderança de Carlos Prazeres, a orquestra teve um avanço significativo ao longo dos últimos dez anos. Ele conseguiu unir a música orquestral clássica com a música popular, algo que faz parte da essência do próprio maestro. Junto com a Osba, ele aproximou o público e a sociedade baiana, promovendo reflexos positivos no estado como um todo”, disse a diretora artística do Teatro Castro Alves (TCA), Rose Lima.
O secretário de cultura Bruno Monteiro afirma que o novo contrato tem como objetivo a promoção de políticas públicas voltadas para a divulgação da música de concerto, com destaque para a interiorização das atividades da Osba. "Queremos que toda a riqueza artística e cultural da Osba seja cada vez mais difundida por toda a Bahia, encantando e atraindo novos públicos. Mas, especialmente, desejamos que ela ofereça uma nova perspectiva de vida para os jovens de todo o estado”, destacou.
Em 2023, a Secult lançou um edital para selecionar uma Organização Social para gerir a Osba. Inscreveram-se a ATCA - que já geria a orquestra - e o Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM), ligada ao maestro Ricardo Castro (Neojiba).
Em julho, o resultado dava o IDSM como vencedor e a ATCA era desclassificada. Segundo a Secult, a ATCA não havia atingido a nota técnica mínima para chegar à fase seguinte do processo de seleção por falta de comprovação da experiência no critério de gestão e execução de serviços de gestão, e divulgação da música de concerto.
O IDSM chegou a indicar que o paulista Cláudio Cruz seria o novo maestro da Osba. Mas a ATCA recorreu e conseguiu a desclassificação do concorrente. Como os dois únicos concorrentes foram eliminados, o edital foi declarado tecnicamente “fracassado”. Por isso, foi lançado o novo edital neste ano, em que a IDSM decidiu não concorrer.
Meses antes daquele edital, Ricardo Castro havia criticado a Osba por promover o Osbrega, concerto cujo repertório era formado por canções do brega brasileiro. Numa rede social, Ricardo escreveu: “Quando uma orquestra sinfônica estadual, depois de conquistar milhões inéditos para seu orçamento e poder contratar músicos excelentes, escolhe esse ‘título’ para promover um concerto que poderia ser tocado melhor por ’Lairton e seus teclados’, estamos certamente entrando em um círculo do inferno nunca Dantes visto neste país”.