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“Queremos encarar de frente”, diz representante sobre casos de racismo nas lojas Carrefour

Vice-presidente de Relações Institucionais, ESG e Comunicação do Grupo Carrefour fala sobre ações para combater o racismo nas unidades da empresa

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  • Larissa Almeida

Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 07:30

“Queremos encarar de frente”, diz representante sobre casos de racismo nas lojas Carrefour

Implementação de câmeras corporais, revisão de fornecedores e treinamentos com foco em letramento racial. Esses foram os recursos utilizados pelo Grupo Carrefour Brasil diante da nova política para aumentar a segurança dos seus clientes e inibir casos de conflitos e eventuais episódios de violência motivada por racismo em seus estabelecimentos, como aqueles já ocorridos anteriormente envolvendo seguranças da empresa.

Para Maria Alícia Lima, vice-presidente de Relações Institucionais, ESG e Comunicação do Grupo Carrefour, o conjunto de ações reflete uma postura de muita responsabilidade da rede de supermercados, que é pioneira no varejo brasileiro a investir R$16 milhões na implementação de câmeras corporais.

“Quando assumimos esse compromisso de combater o racismo e qualquer tipo de discriminação, estávamos na verdade assumindo um papel que é do tamanho da empresa. Essa empresa é grande e está presente no Brasil todo. Temos esse mesmo tamanho de responsabilidade e queremos, a partir desses três elementos, encarar de frente esse desafio de conseguir ter um ambiente seguro e livre de qualquer tipo de violência e de discriminação”, afirma.

A iniciativa de implementar as câmeras corporais no fardamento de seguranças ocorreu após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro que morreu após ser espancado e asfixiado por seguranças no Carrefour, em Porto Alegre, em novembro de 2020.

Na Bahia, em maio deste ano, um casal, formado por Jeremias Capistrano, 19 anos, e uma jovem de prenome Jamile, que teria furtado quatro pacotes de leite de um supermercado do Grupo Carrefour, foi humilhado e agredido por seguranças da unidade, que à época funcionava como Big Bompreço, ao lado do Shopping Salvador Norte, no bairro de São Cristóvão, em Salvador.

As vítimas foram cercadas e agredidas por sete seguranças. Além de terem sidos xingados e agredidos, na garagem da empresa, o casal teria sido agredido dentro da loja. “Bateram com barra de ferro nas minhas pernas, me mandaram ficar agachado e abrir as pernas, só para chutar as minhas partes íntimas”, lembrou Jeremias.

O momento das agressões foi filmado pelos próprios seguranças, que compartilharam em redes sociais. No vídeo, a pessoa que filma agride a mulher no rosto, que segura uma mochila com os pacotes de leite. Além disso, o homem fica rendido ao chão e recebe tapas também no rosto.

Nas imagens divulgadas, um dos seguranças pergunta à mulher "Por que você está aqui?", e ela responde que estava "precisando de coisas para a filha", e mostra a mochila. Em seguida, um dos homens dá um tapa em seu rosto. Ela tenta se proteger e o homem pede para que ela retire a mão do rosto. Depois, a outra vítima, que se identifica como Jeremias é mostrado sentado no chão, e passa também por interrogatório, que inclui agressões no rosto.

Indagada sobre os episódios acima mencionados estarem ligados à cultura da empresa em relação a abordagem de seus seguranças, Maria Alícia Lima negou. “Eu não vejo que seja uma cultura da empresa de jeito nenhum. O que eu acho é que a gente começa a aprender na prática que a expectativa das pessoas em relação ao racismo também evolui. Existe uma cultura de dizer que a empresa não liga para isso, mas muito pelo contrário. Fazemos um monte de coisa. Agora, são 15 milhões de pessoas que entram todos os dias nas nossas lojas. Não é um desafio só do Carrefour, [mas] com a situação que nós vivemos no passado é natural que quando aconteça alguma coisa dentro do Grupo isso chame muita atenção”, diz.

“Por isso que nós provavelmente somos também o varejo que mais investimentos e mais tem preocupação de endereçar essa questão, porque para nós o preço é muito mais alto. O preço de ter um caso como esse é muito alto. [Mas] não tem nenhum outro varejista fazendo esse investimento que fazemos, porque sabemos que precisamos ter o padrão mais alto”, conclui.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo