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Wendel de Novais
Publicado em 19 de setembro de 2024 às 09:40
Paulo Fernando Rego dos Santos, de 52 anos, percussionista conhecido como Piquete Brasil, que foi executado no bairro de Macaúbas, em Salvador, na noite de quarta-feira (18), foi perseguido por um grupo de homens armados que o assassinaram em via pública. De acordo com o irmão da vítima, que prefere não se identificar por não saber a motivação do ataque, Piquete estava conversando com ele e mais duas mulheres na hora do crime.
Os quatro estavam sentados na esquina que liga a Rua Barão de Macaúbas, via principal do bairro, e a Rua Coronel Felisberto Caldeira. No entanto, ninguém além de Piquete foi atingido pelos disparos. A bolsa de uma das mulheres foi perfurada por uma das balas, mas ela não ficou ferida.
"Nessa esquina aqui, durante a noite, fica um pastel. Estava eu, ele, a menina do pastel e uma moça da rifa. Por volta das 19h15, eu ouvi um barulho que pensei até que fosse bomba. Quando olhei, eram quatro homens encapuzados caminhando e atirando em nossa direção. Estavam todos de preto, não deu nem para ver o rosto", conta o irmão.
Ao perceber toda a ação, ele conta que a reação de todos foi correr. Enquanto as mulheres foram para um lado, ele e Piquete seguiram para a Rua Coronel Felisberto Caldeira, no sentido da localidade conhecida como Matança. Porém, como ele estava na calçada e o irmão no meio da rua, só o alvo do ataque foi atingido pelos disparos.
"Todo mundo correu na hora, inclusive Piquete. Ele tentou correr por essa rua de trás [Coronel Felisberto], mas os caras continuaram atrás dele até que derrubaram. Quando ele caiu, chegaram mais perto. Eu fiquei no canto e, na hora, nem conseguia entender nada. Depois, entendi que tinham atirado nele o tempo todo", relata.
Na tentativa de fugir, a vítima correu por cerca de 15 metros até cair em frente a um bar. No local, marcas de bala foram encontradas no chão, o que indica que os executores podem ter atirado de cima para baixo, garantindo que tinham matado Piquete no local onde ele foi encontrado. O irmão dele diz que a ação foi planejada.
"Foi muito rápido. O pessoal falou depois que o carro onde eles estavam, um veículo branco, estava parado perto da esquina há um tempo. Então, eles estavam observando tudo antes de fazer isso. Na hora, deixaram pra trás só um pente de munição carregado. Piquete caiu de bruços, já morto", relembra.
Piquete era conhecido por grande parte dos moradores do bairro muito por conta do trabalho que fazia em bandas da cidade. Ninguém, entretanto, consegue apontar uma razão para que alguém o executasse a tiros. Segundo as pessoas ouvidas pela reportagem, o percussionista não tinha inimigos. A 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) vai apurar as circunstâncias, autoria e motivação do crime.