Quando o paciente com dengue precisa receber sangue? Quem teve dengue pode doar?

Alguns casos de dengue vão exigir uma transfusão de sangue. Em geral, casos graves, com apresentação de hemorragia e hemoglobina abaixo de sete, persistência de sinais de choque e disfunção grave de órgãos podem exigir transfusão de plaquetas, um hemocomponente importante para a coagulação do sangue.

“Geralmente, indicamos a transfusão para manter uma oxigenação dos órgãos em casos de hemorragia grave, com hemoglobina abaixo de sete”, explica a médica infectologista Clarissa Cerqueira, professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP).

De acordo com Cerqueira, não há restrições de pacientes que tiveram dengue para doação de sangue. O que é exigido é que a doença tem que passar. “O vírus só circula no corpo nos primeiros dias de doença. No máximo, de cinco a sete dias tem vírus circulando. Depois que a doença passa, os critérios são os mesmos critérios para qualquer outra pessoa”, afirma.

A Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) divulgou informações sobre a inaptidão de pacientes que tiveram alguma arbovirose - doença viral transmitida por inseto ou aracnídeo. No caso da dengue, a pessoa só poderá ser candidata 30 dias após a recuperação completa. A dengue hemorrágica, por sua vez, exige o prazo de recuperação de seis meses.

Os voluntários que tiveram contato sexual com pacientes que tiveram dengue nos últimos 30 dias ficam temporariamente impedidos de doar sangue por um período de 30 dias após a relação sexual.

O voluntário deve estar em boas condições de saúde, ter idade entre 16 e 69 anos e pesar acima de 50kg. Menores de 18 anos devem ser acompanhados por pais ou responsáveis legais, e pessoas acima de 60 anos só podem doar se já tiverem doado em outra ocasião. No dia da doação, o candidato não pode estar em jejum; não pode ter ingerido bebida alcoólica; e não pode ter fumado por pelo menos duas horas antes do procedimento. Além disso, deve ter dormido, no mínimo, seis horas na noite anterior.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela