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Millena Marques
Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 19:00
Mais duas mortes por dengue foram confirmadas na Bahia nesta quinta-feira (29). Os óbitos ocorreram nas cidades de Feira de Santana, no interior do estado, e em Vitória da Conquista, no sul baiano, totalizando sete óbitos pela doença. Até a última quarta-feira (28), o estado havia notificado 24.800 casos - deste número, 21.706 são casos prováveis.
São 64 municípios em situação de epidemia por dengue, 27 em situação de risco, 20 em situação de alerta e 18 com casos graves. Os dados são do dia 28 de fevereiro e foram repassados pela Secretaria de Saúde (Sesab) na tarde desta quinta-feira (29), durante a 303ª Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Saúde. A reportagem solicitou os números mais atualizados à pasta, que afirmou, por meio da assessoria, que o boletim atualizado ainda não foi entregue.
Com coeficiente de incidência de 153,5 casos a cada 100 mil habitantes, a Bahia ocupa a 14ª posição no ranking nacional. Em relação ao número de casos graves, o estado é o 9º colocado no Brasil. Presente na reunião, a secretária da Saúde, Roberta Santana, salienta a importância do trabalho da atenção primária para o combate à dengue.
“Se a atenção primária fizer o trabalho, se cada pessoa fizer o seu trabalho, o Estado estará à disposição para poder ajudar, para tratar os pacientes e os primeiros sintomas de sinais de alerta. Se a unidade básica de saúde identificar o paciente, tratar, ele não vai agravar”, pontua.
Como estratégia para conter o avanço dos casos de dengue no estado, a Bahia aderiu ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). O objetivo é continuar unindo forças para com
bate. Neste dia, os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos, com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES).
"A ministra fez um grande chamado. No dia 2 de março, teremos o Brasil contra a Dengue. A Bahia vai estar com o Governo Federal e com os municípios para enfrentar a dengue”, diz Roberta Santana.
Ainda de acordo com a secretária de Saúde, o Governo do Estado investiu R$ 13 milhões na aquisição de medicamentos, como paracetamol e dipirona, bombas costais e nove veículos fumacê, que são utilizados como a última medida contra a dengue. “É bom que se registre: o fumacê é a última medida contra a dengue. A utilização dele traz um impacto negativo contra o meio ambiente. É necessário ter cautela e cuidado ao utilizá-lo”, pontua.
Com o avanço do número de casos em todo o Brasil, diversas pessoas têm recorrido ao repelente. Uma matéria da Folha de São Paulo, da jornalista Daniele Madureira, trouxe dados sobre o aumento da venda de repelentes: segundo informações da Linx, empresa especializada em softwares para o varejo, a venda do produto registrou um crescimento de 26,4% nas farmácias em janeiro e fevereiro de 2024 (até o último dia 23). O aumento, no entanto, não era esperado pelos fabricantes, que temem a escassez da matéria-prima.
Segundo Roberta Santana, a falta de repelentes na Bahia não vai ser um problema. Desde 2023, por sinal, o Governo do Estado fornece esse tipo de proteção para grávidas cadastradas na atenção básica. “Estamos analisando a possibilidade de uma nova aquisição [de repelentes], para ampliar isso para outros públicos.
Foram registrados sete óbitos por dengue na Bahia até o momento: uma criança de cinco anos e um jovem de 18 em Jacaraci, dois idosos de 87 anos (um em Ibiassucê e outro em Piripá), uma vítima em Vitória da Conquista, uma em Irecê e outra em Piripá. Não há mais informações sobre o perfil das vítimas, segundo a Sesab.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela