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Monique Lobo
Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 14:02
Com um investimento de cerca de R$ 20 milhões, a Equinor e o Senai Cimatec firmaram, nesta quarta-feira (4), um acordo para a execução de um projeto que busca aliar o desenvolvimento de sistemas agroflorestais sustentáveis à produção de biocombustíveis. Batizado de SAFE – sigla em inglês para Agroflorestas Sustentáveis para Energia – a iniciativa tem foco em bioenergia e sequestro de carbono na Mata Atlântica. >
A parceria pretende possibilitar a restauração de ecossistemas degradados enquanto produz biocombustível, que pode ser utilizado como combustível marítimo ou de aviação. Isso pode ser possível a partir da adoção de técnicas na otimização da produção de oleaginosas, integrando-as a sistemas agroflorestais.>
Este tipo de cultivo combina benefícios das árvores com a agricultura tradicional, melhorando a saúde do solo, aumentando a biodiversidade e impulsionando os rendimentos agrícolas. Desta forma, além do cultivo das oleaginosas, que viabilizam a produção de biocombustíveis, é possível sequestrar carbono.>
“Conhecemos a relevância dos biocombustíveis para a descarbonização de setores como o marítimo, do qual fazemos parte com nossas operações nas Bacias de Campos e Santos. Nesse sentido, enxergamos na cultura sustentável de oleaginosas uma alternativa possível para reduzir as emissões das nossas operações”, disse Andrea Achoa, Gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Equinor no Brasil.>
“O projeto SAFE representa um marco no enfrentamento das mudanças climáticas, ao integrar sistemas agroflorestais e tecnologias avançadas como aprendizado de máquina e sensoriamento remoto. Com foco no bioma da Mata Atlântica, vai promover soluções que geram benefícios ambientais, sociais e econômicos, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, destacou Leone Andrade, Diretor-geral do Senai Cimatec. >
Em Camaçari, na Bahia, um campo experimental será desenvolvido no Senai Cimatec Park. Para além dos 42 meses previstos para o SAFE, a infraestrutura poderá ser utilizada para testes e análises adicionais, a ser definido pelos parceiros ao final do cronograma do projeto. >
Um protocolo para implementação, manejo e monitoramento do sistema agroflorestal proposto na Mata Atlântica, bem como um relatório econômico sobre a produção de oleaginosas, sequestro de carbono e uma avaliação de impacto social e ambiental serão entregues como resultado do projeto. >
Além disso, um modelo integrado envolvendo quantificação de carbono na biomassa e no solo, análise de ciclo de vida, parâmetros meteorológicos, bioenergéticos e econômicos será validado utilizando integração de multi-sensores, análises laboratoriais e inteligência artificial.>