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Projeto de reforma não mostrou problema estrutural na Igreja de São Francisco, diz Iphan

Iniciativa da autarquia estava em análise, mas não indicou nenhum ponto de atenção no teto da edificação, segundo superintendente

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 21:38

Igreja São Francisco de Assis foi palco de acidente que deixou uma turista morta após desabamento Crédito: Marina Silva/CORREIO

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou, há cerca de seis meses, um projeto de reforma para a Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho. Segundo Hermano Queiroz, superintendente do Iphan na Bahia, o projeto ainda está em fase de elaboração, mas não havia apontado nenhum problema estrutural no templo religioso, nem mesmo no forro do teto central, que desabou no início da tarde desta quarta-feira (5).

“Tudo vai ser ainda investigado, porque é um dano que não está à vista, que às vezes o próprio tempo causa ao próprio patrimônio. O que nós estávamos fazendo, entendendo que [efeito do] tempo é muito forte sobre as coisas, era a contratação de um projeto executivo da Igreja e do Convento de São Francisco de Assis. Nós investimos R$ 1,2 milhão nesse projeto no ano passado”, destacou.

Hermano Queiroz ainda apontou que a responsabilidade do espaço sagrado, apesar de ser tombado como patrimônio histórico, é compartilhada entre o proprietário privado e a gestão da igreja. Quando questionado sobre a última vez que a igreja passou por uma reforma, ele disse não ter informação. “Quem faz isso é o dono do bem, não somos nós. Não é nossa função fazer manutenção daquilo que está tombado”, disse.

O CORREIO teve acesso ao documento em que o frade Pedro Júnior Freitas da Silva, guardião e diretor do templo, disse que já tinha notado uma dilatação no forro do teto da igreja e alertado o Iphan através de mensagem, na última segunda-feira (3).

“Pedimos, ainda, orientações sobre as possíveis soluções para o problema, garantindo que qualquer intervenção siga os critérios técnicos e de conservação exigidos para bens tombados. Ficamos à disposição para fornecer mais detalhes e agendar a melhor data para a visita", escreveu o frade em mensagem enviada ao Iphan.

O Iphan foi procurado para se posicionar sobre a mensagem enviada pelo frade, mas não deu retorno até o fechamento da reportagem. Em nota de posicionamento conjunta com o Ministério da Cultura (MinC), a autarquia afirmou que a gestão e manutenção da Igreja de São Francisco de Assis, localizada no Pelourinho, em Salvador, é de responsabilidade da Ordem Primeira de São Francisco.

"O Iphan, enquanto órgão de proteção do patrimônio cultural brasileiro, tem atuado na preservação do bem, com ações como o restauro dos painéis de azulejaria portuguesa, concluído em maio de 2023, e a elaboração do projeto de restauração do edifício, atualmente em andamento", informou.

A reportagem não conseguiu contactar o frade Pedro Júnior Freitas da Silva, que estava retornando a Salvador após uma viagem. O padre Lázaro Muniz, que foi até a igreja se solidarizar pelo acidente e morte da jovem Giulia Panchoni Righetto, fez um contraponto ao Iphan ao mencionar as dificuldades de gestão de uma igreja de grande porte.

“Esse é um patrimônio que precisa ser ajustado, arrumado e valorizado cada vez mais. Às vezes, faltam recursos necessários, porque há sempre uma dificuldade. A nossa manutenção nem sempre é tão presente, então tudo isso acaba trazendo tragédias que nem essa. São obras difíceis e há sempre riscos, porque são pesadas. Essa igreja não é tão simples de manutenção ou paliativos porque, normalmente, se desaba uma coisa, desaba tudo. Então, os responsáveis somos todos nós: a congregação, o Iphan e as fiscalizações”, disse.

Padre Lázaro Muniz Crédito: Marina Silva/CORREIO

Sosthenes Macêdo, diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), afirmou que a pasta não foi acionada nos últimos dias pela igreja ou pelo Iphan para averiguação de irregularidades. Ele confirmou que há, sim, a possibilidade de que o teto tenha desabado pelo que chamou de sobrepeso no forro do teto central.

“É um forro de madeira e antigo. É uma edificação secular, então, se há ruptura de uma parte, certamente aquela parte vai puxar o todo. Mas, essa é uma análise visual. Quem vai poder esclarecer o que aconteceu, depois, é o Departamento de Polícia Técnica (DPT), a Polícia Civil da Bahia e a perícia da Polícia Federal. Vale dizer que, preliminarmente, não tinha nenhum indício que apontasse que ia cair. O único indício presumível é o fato de que a igreja tem uma edificação antiga”, finalizou.