Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Categoria realiza assembleias para discutir possível início greve no próximo dia 16 de setembro
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 21:27
Nesta quarta-feira (11), professores das universidades estaduais baianas paralisam suas atividades em todo o estado com um ato unificado em Salvador. Já está previsto no calendário de mobilização do movimento docente a realização de assembleias para a próxima segunda-feira (16), para a discussão sobre início de greve.
A concentração da manifestação acontece no Campus I da Uneb, no Cabula, na capital baiana, a partir das 6h30. Aprovada nas assembleias das universidades, a paralisação é parte da luta da categoria por um plano de recomposição salarial. Uma nova negociação sobre o reajuste ocorre, a partir das 15h, entre o Fórum das Associações Docentes (Fad) com a Secretaria de Educação (Sec).
A paralisação de 24h acontece na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). A paralisação e mobilização são convocadas pelo Fórum das Associações Docentes, instância que reúne os quatro sindicatos de professoras das universidades estaduais baianas – Adusb, Aduneb, Adufs e Adusc.
O CORREIO encontrou em contato com a Uneb, Uefs, Uesc e Uesb para emitir posicionamentos, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
De acordo com a Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb), a decisão de deflagrar ou não uma greve de professores depende do rumo de negociações com o Governo do Estado. “Com as propostas colocadas em mesa até agora o que está posto é que o governador está nos empurrando para a greve. Queremos uma proposta razoável. Esperamos avançar no dia 11 de setembro, mas as nossas assembleias já debaterão no dia 16 de setembro a pauta da deflagração da greve. As assembleias que definirão os próximos passos acontecerão no mesmo dia em todas as universidades estaduais baianas”, afirmou Marcelo Lins, presidente da Adusc e Coordenador do Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia.
Procurada, a Sec afirmou que continua com as negociações com os professores. "O Governo do Estado da Bahia entende a importância do fortalecimento do ensino superior público e, por meio das secretarias de Relações Institucionais (Serin), da Educação (Sec) e da Administração (Saeb), mantém permanentemente reuniões com as representações das universidades estaduais e continua aberto ao processo diálogo com a categoria", disse a pasta, em nota.
Segundo a Aduneb, desde o mês maio a categoria tenta negociar com o governo um plano de recomposição salarial. O governo só cedeu à mesa de negociação após a decisão das assembleias docentes pelo indicativo de greve, aprovado em junho. A proposta de reajuste salarial do movimento docente é de três reajustes de 5,5%, nos meses de janeiro/2025, janeiro/2026 e dezembro/2026, respectivamente, totalizando 17,42% em dois anos (2025 e 2026), com respeito à data-base em janeiro.
A proposição dos professores é fruto das discussões em assembleias e considera as previsões de inflação para 2024 e 2025 do Boletim Focus, correspondendo a um ganho real, acima de inflação, de 4,1% ao ano, com respeito a data-base de janeiro. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), docentes das universidades estaduais acumulam uma perda salarial de 35% desde 2015.
A nova atualização da proposta do governo para a categoria consistiu em três parcelas de reajuste salarial de 5,7%, nos meses de janeiro/2025, janeiro/2026 e dezembro/2026, respectivamente, como acordo salarial para os anos de 2025, 2026 e 2027, o que significa um ganho real de apenas 1,15% ao ano. Isso soma, de acordo com os cálculos do movimento docente, ganho real somente de 3,5% em três anos, caso as inflações de 2024, 2025 e 2026 fiquem na referência do atual teto da meta inflacionária do Banco Central.
Ainda de acordo com os cálculos do movimento docente, se a inflação dos anos de 2024 a 2026 ficar dentro das previsões do último Boletim Focus, a nova proposta representa apenas 5,2% de ganho real entre 2025 e 2027, ou seja, 1,7% ao ano de ganho real.