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Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2024 às 12:09
O produtor cultural Jonas Bueno foi vítima de racismo enquanto trabalhava no Carnaval do Pelourinho. O episódio aconteceu na segunda-feira (12). Jonas era um dos produtores responsáveis pela festa no Largo Pedro Arcanjo, promovida pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-Ba). >
Ele contou que estava no Colégio Estadual Azevedo Fernandes, que foi usado como ponto de apoio para a festa. Ao entrar em uma sala para pegar a quantia de R$ 25,00 destinado à alimentação, duas mulheres que faziam a entrega do recurso pediram para que ele se retirasse, alegando que não se sentiam confortáveis com ele ali, porque estavam mexendo com dinheiro.>
Segundo Jonas, antes dele entrar no espaço haviam outras pessoas ali e as mulheres não pediram para elas saírem. Por se recusar a deixar o espaço, dois seguranças foram chamados para vigia-lo. "Eles me cercaram como se eu fosse um monstro. Um ficou atrás de mim e o outro do meu lado esquerdo. Eu me senti ameaçado e coagido", desabafou.>
Jonas procurou um posto policial para se informar onde poderia prestar queixa. Segundo ele, após ouvirem o seu relato, os agentes tentaram dissuadi-lo de registrar o boletim de ocorrência, tentando convencê-lo de que não havia ocorrido o crime de racismo. A queixa, por sua vez, foi registrada.>
"Pensei que estava pronto para passar por isso, mas nessas horas a gente descobre que não está. Me veio um sentimento de impotência. A gente se olha no espelho e vê a máscara que a sociedade põe na gente. Somos vistos como uma ameaça é isso não é fácil".>
A Secretaria de Cultura foi procurada pela reportagem, mas não foi localizada até a publicação da matéria. O espaço segue aberto para receber o posicionamento do órgão. >
Nota de repúdio>
Além de produtor cultural, Jonas Bueno é diretor da Focus Moda Social e Sustentável. Em nota, a instituição repudiou o incidente de discriminação racial.>
"Reiteramos nosso compromisso inabalável com a promoção da igualdade, diversidade e inclusão em todas as esferas da sociedade. Atos de discriminação racial não apenas violam os direitos humanos fundamentais, mas também corroem os valores de respeito e dignidade que devem ser defendidos por todos", diz o comunicado.>
A entidade disse ainda que pediu instou "as autoridades competentes a investigarem e punirem rigorosamente os responsáveis por esse ato repugnante, reafirmando assim o compromisso da sociedade com a justiça e a igualdade".>