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Procura por caminhões-pipa dobra com falta de água após redução de fornecimento da Embasa

Ao menos 15 bairros registraram falta de água nesta quarta-feira (28)

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 05:30

Caminhões-pipas tiveram alta de demanda Crédito: Ana Albuquerque/ CORREIO

Com os tanques e torneiras sem água em ao menos 15 bairros de Salvador, a procura por caminhões-pipa registrou um aumento de 100% ao longo dessa quarta-feira (28) em algumas empresas do setor. A busca pelo serviço ocorre um dia após a Embasa anunciar uma redução no fornecimento de água por conta do alto volume de chuvas na cidade e na Região Metropolitana (RMS). No entanto, o que estava previsto para vir em uma escala menor acabou reduzido a zero em diversos bairros.

A situação fez o telefone da MR Água, que trabalha com abastecimento de residências e empresas por caminhões-pipa, não parar de tocar. Atendendo, principalmente, os bairros nas imediações da BR-324 e do Subúrbio Ferroviário de Salvador, a MR teve três localidades com destaque nas solicitações: Paripe, Periperi e Águas Claras. Manoel Santos, gerente da empresa, relata que, só durante a manhã, recebeu um volume de pedidos referentes a um dia inteiro de trabalho.

"Até agora [11h30], estamos com quatro pedidos em andamento e os caminhões em deslocamento. Na agenda, tem mais sete pedidos para entregar. Em dias comuns, fechamos por volta das 18h com seis entregas. Poderíamos até fazer mais de 15 hoje, mas estamos enfrentando dificuldades por conta do trânsito que está prejudicando a chegada dos veículos no lugar de destino”, explicou ele.

Ainda de acordo com Manoel, por conta da alta demanda, foi necessário passar os clientes para colegas do setor que trabalham com caminhões. “Os que chegaram depois das 10h eu passei para frente porque não teríamos condição de atender todos que estão procurando. A maioria são condomínios daqui que estão com tanques e reservatórios vazios, já que a água não começou a faltar só hoje. Tem lugar que não cai água desde sexta”, conta o gerente.

Os condomínios e residenciais intensificaram a logística de uma outra empresa da capital cujo funcionário entrevistado pela reportagem prefere não se identificar. Segundo ele, entretanto, o número de veículos deixando a sede para serviço dobrou por conta de pedidos em locais como Valéria, Cajazeiras, Águas Claras e outras localidades.

“Normalmente, a gente enche 10 caminhões-pipa por dia para atender a demanda. Com a notícia da redução da Embasa terça-feira, já prevíamos um aumento. No entanto, foi maior do que a expectativa. Se o trânsito da cidade permitir, vamos dobrar, com 20 entregas já agendadas. Além dos condomínios, tem também os restaurantes que precisam da água e se juntam para pedir um caminhão que abastece vários”, conta.

De acordo com a Embasa, houve uma alteração nas características da água bruta disponível na barragem de Joanes 2, por isso, é necessária uma redução temporária da oferta para garantir que a água distribuída permaneça dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde.