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Primeira mulher a comandar um presídio masculino na Bahia: quem é a ex-diretora acusada de facilitar fuga em Eunápolis

Joneuma Silva Neres, 33 anos, foi presa pela Polícia Civil em Teixeira de Freitas

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 10:59

Joneuma Silva Neres
Joneuma Silva Neres Crédito: Divulgação

A reviravolta do caso da fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis, no fim do ano passado, levou à prisão Joneuma Silva Neres, ex-diretora do presídio, pela acusação de facilitar a saída de traficantes do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). Joneuma foi a primeira mulher a comandar um presídio masculino na Bahia, mas ficou apenas nove meses no cargo, entre março e dezembro do ano passado, já que foi demitida após a fuga.

Um policial penal, que prefere não se identificar, detalha a trajetória da acusada. “Ela ingressa nesse área de conjuntos penais em 2016, como policial penal e assim seguiu até março de 2024. Ela deixa a função quando é indicada para assumir a diretora do presídio de Eunápolis, que é administrado de maneira privada, terceirizado”, diz o policial.

A empresa que administrava o Conjunto Penal de Eunápolis era a Reviver Administração Prisional Privada LTDA que, entre 2021 e maio de 2024, recebeu R$ 239,1 milhões para operar a unidade do extremo-sul e os presídios de Serrinha, Valença e Juazeiro. Não se saber ao certo de onde veio indicação de Joneuma para comandar o conjunto penal de Eunápolis.

O mesmo policial pontua que, na época da nomeação de Joneuma como diretora houve uma repercussão pelo fato de ser uma mulher pioneira na área. “Quando ela virou diretora, todo mundo ficou sabendo porque nunca teve uma mulher antes. O que me falaram é que ela era linha dura, conhecida pela rigidez nas ações dentro dos conjunto penais”, relata.

Apesar dessa descrição, a polícia investiga o envolvimento de Joneuma com o PCE, grupo criminoso do qual fazem parte os 16 presos que deixaram o presídio de Eunápolis durante a fuga. Entre os fugitivos, Edinaldo Pereira Souza, o Dadá, líder de um grupo criminoso. Dos 16 que escaparam, apenas Anailton Souza Santos, o Nino, foi alcançado pela polícia. Ele morreu em confronto quando foi encontrado em um imóvel em Eunápolis.

A ex-diretora, que tem apenas 33 anos, tinha experiência no trabalho de capacitação de agentes penitenciários, e no Grupo de Escolta e Operações Penitenciárias (GEOP). Além disso, é formada em Direito pela Faculdade do Sul da Bahia (Fasb) é tem pós-graduação em áreas ligadas ao processo penal.

Outro policial penal consultado pela reportagem avalia que indicações para o comando de presídios administrados por empresas privadas não são criteriosas o suficiente como acontece em unidades que operam pelo Estado. Além disso, afirma que o poder político pode ter influência ‘negativa’.

“Dentro de administrações penais públicas, há um rigor maior nessas indicações que são feitas a partir de critérios técnicos. Ao meu ver, uma indicação de alguém com tão pouco tempo carreira no sistema prisional não está alinhada com esses critérios”, completa.

Além dos detalhes profissionais, Joneuma tem origem ligada ao município de Teixeira de Freitas, também no extremo-sul, local onde foi presa pela polícia civil na quinta-feira (23). Durante a abordagem, a polícia apreendeu com a suspeita diversos itens, incluindo aparelhos celulares, chips telefônicos, um caderno de anotações e R$ 8 mil em espécie.