Prefeitura vai instalar armadilhas para capturar ovos do Aedes Aegypti

Tecnologia é uma parceria com os governos Federal e Estadual e será implantada a partir da próxima semana

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  • Gil Santos

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 14:13

Agentes trabalham para acabar com os focos do mosquito Crédito: Marina Silva/ CORREIO

Uma nova tecnologia será empregada na luta contra o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungnia em Salvador. É um aparelho que lembra o interior de uma coméia e que age como uma esponja. São cerca de 700 equipamentos, sendo que ele serão aplicados de quatro em quatro distritos por vez. A capital também vai operar com drones para identificar focos dos mosquitos. Atualmente, Salvador tem 1.066 casos prováveis de dengue.

Na prática, os agentes de endemias escolhem casas e áreas específicas para implantar o equipamento. Parte do aparelho fica mergulhada em água parada e outra parte ao ar livre. O mosquito põe os ovos e alguns dias depois as equipes retornam e recolhem o material que será analisado em um laboratório. Segundo a vice-prefeita e secretária municipal de Saúde, Ana Paula Matos, o objetivo é mapear as regiões com mais infestações e identificar os tipos de mosquitos mais presentes.

"A gente coloca nos distritos e verifica quais são os locais que têm mais larvas. Pelo número de larvas dessa armadilha é que a gente vai verificar onde incidir mais a aplicação dos produtos e o trabalho com os agentes. Hoje, isso é feito um a um, com o agente recolhendo caso a caso. Agora, eu vou descobrir pelo ambiente, como se fosse um pluviômetro que mede a quantidade de chuva, quais locais têm mais incidência", explicou.

Outra novidade é o uso de drones para identificar focos do mosquito na cidade. Atualmente, algumas pastas já têm o equipamento, mas usa de forma individual. É o caso, por exemplo, da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (Semit) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur). A vice-prefeita informou que, agora, as ações serão coordenadas.

"Nós já usamos drones, a Saúde, a Sedur e outras pastas, mas não como uma política pública de estratégia contra a dengue. Hoje, se recebemos uma denúncia, temos os nossos drones e fazemos a avaliação. Agora, estamos buscando junto com a Semit ampliar esse uso para ter maior efetividade. Até então a prevenção funcionou, mas como abril é um período de muita chuva e março tem mistura de chuva e sol, vamos redobrar a atenção", explicou.

Desde setembro, a SMS inspecionou 6.766 imóveis na cidade, sendo que em 118 deles havia focos de reprodução do Aedes aegypti. Além disso, foram inspecionados 31 mil depósitos e realizadas 959 ações do coletivo, sendo 260 em escolas, 240 em praças, 110 unidades de saúde e 89 em hotéis e outros estabelecimentos comerciais. Completando os dados, também foram realizadas no período 3.500 ações de educação nos 12 distritos sanitários da capital baiana.