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Raquel Brito
Publicado em 25 de junho de 2024 às 07:45
O avanço do crime organizado na Bahia tem feito com que fuzis sejam um item comum nas ruas e vielas do estado. Segundo especialistas, esse aumento é causado pelas alianças formadas entre as facções locais e as de cunho nacional, que facilitam o acesso desses grupos a armas mais potentes.
O fuzil se tornou uma arma visada pelos criminosos devido à capacidade de fogo, consideravelmente superior à das pistolas ou revólveres. Esse é um dos pontos que fazem com que essa seja uma arma de guerra, assim como o poder de letalidade e o alcance útil do disparo.
Um tiro de fuzil AK-47, bastante usado pelo tráfico, por exemplo, pode ferir ou matar alguém a 800 metros de distância, afirma o especialista em segurança pública, coordenador do curso de Direito da Estácio e coronel reformado da Polícia Militar da Bahia, Antônio Jorge Melo. Apesar das condições climáticas e do ângulo do disparo, o projétil é capaz de percorrer 1,5 km.
“Um projétil de armamento desse tipo é capaz de perfurar blindagens de carros-fortes”, explica o especialista.
Na madrugada do dia 5 de maio, um fuzil 556 foi apreendido no bairro de Vila Verde, em Salvador. Com um exemplar dessa arma, é possível atingir um alvo a até 300 metros de distância. Com capacidade para 30 tiros, o modelo semiautomático vem sendo empregado por forças militares ao redor do mundo, diz Melo.
Por conta dessas características, o fuzil não é um armamento utilizado no policiamento normal, uma vez que tem um alcance bem maior do que as necessidades operacionais das missões policiais comuns. Entretanto, segundo o especialista, com o fortalecimento das organizações criminosas na Bahia, a arma passa a ser adotada como um modo de fazer frente à nova configuração desses grupos.
Procurada para responder sobre a questão, a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) afirmou que cabe às polícias Civil e Militar a decisão de passar esse tipo de informação. Ambas foram procuradas e, enquanto a Polícia Civil declarou que esse é um dado estratégico e, por isso, não tem acesso, a Polícia Militar sugeriu contato com a assessoria da SSP.
*Com orientação da subeditora Monique Lôbo.