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Yan Inácio
Publicado em 14 de abril de 2025 às 20:07
A manifestação de moradores da Engomadeira pela morte de Luíza Silva dos Santos, de 19 anos, entrou em clima de tensão na noite desta segunda-feira (14). Após um protesto marcado por indignação sobre a ação policial, PMs dispararam balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo em direção aos manifestantes, que revidaram arremessando o que pareciam ser bombas na direção dos militares. >
Uma moradora que está presente no conflito disse que se abrigou em um supermercado próximo ao local. “Eu estou aqui no Atacadão, o povo está passando mal com o gás de pimenta, e eles estão jogando bomba dentro da Engomadeira toda, daqui eu estou vendo explosão”, relata. Ela também acrescenta que os policiais começaram a agir depois que parte da imprensa saiu do local.>
Imagens e vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que os militares atiram balas de borracha em direção à concentração dos manifestantes. Mais cedo, enquanto moradores e vizinhos paralisaram um trecho da Estrada das Barreiras, pessoas atearam fogo em entulhos e pneus e fecharam a entrada do bairro. A concentração do protesto se acumulou próxima ao local, onde o conflito entre policiais e moradores teve início. >
Antes da ofensiva dos PMs contra os moradores, o tenente-coronel Luciano Jorge disse à reportagem que não podia considerar o protesto “pacífico”. “A gente não pode dizer que são pessoas de bem estão nesse tipo de manifestação. Então, a polícia está aqui fazendo a presença para garantir o fluxo das pessoas, mas a comunidade está prejudicada”, declarou.>
Em nota enviada na manhã desta terça-feira (15), a PM afirmou que revidou agressões de manifestantes. "Após tentativas de negociação com as pessoas presentes e a partir do lançamento de rojões, pedras, garrafas e diversos objetos, incluindo granadas, os militares iniciaram os procedimentos para a dispersão dos indivíduos e a liberação da via, que foi feito após a progressão da tropa até o final de linha do bairro", diz a nota.>
Ainda de acordo com a corporação, a via foi liberada e o Corpo de Bombeiros atuou adentrou no bairro para apagar diversos focos de incêndio. Não há registro de feridos e o policiamento deve ser intensificado na região por tempo indeterminado.>
Essa é a segunda mobilização popular no bairro depois da morte de Luiza. No domingo (13), dia em que a jovem morreu, moradores fecharam um trecho da Estrada das Barreiras e também atearam fogo em objetos na via. Policiais e bombeiros militares foram acionados para atuar, e o tráfego foi liberado no início da noite.>
*Com orientação da subeditora Monique Lôbo. >