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Carol Neves
Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 13:58
O policial militar suspeito de matar um adolescente no Alto de Ondina na madrugada do domingo (1º) teve a prisão preventiva solicitada pela Polícia Civil. Em depoimento, o PM, identificado como soldado Marlon da Silva Oliveira, da 9ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), alegou que agiu em legítima defesa porque teria sido vítima de uma tentativa de assalto. >
Imagens mostram o momento em que dois jovens estão rendidos no chão e são baleados pelo policial. Gabriel Santos Costa, de 17 anos, morreu ainda no local. Já Haziel Martins Costa, de 19, ficou ferido e está internado no Hospital Geral do Estado (HGE). >
"Ele alegou a tese de legítima defesa, afirmando que ele teria sido vítima de um assalto perpetrado pelas vítimas e por tal razão, ele havia efetuado os disparos. Eu não concordei com essa tese e representei, junto ao plantão judiciário, pela prisão preventiva. Entretanto, a autoridade judiciária não apreciou o pedido, informando que a matéria não seria das atribuições do plantão judiciário e declinou da atribuição. As investigações continuam", disse a delegada Zaira Pimentel nesta terça-feira (3). >
Para a delegada, ainda é cedo para afirmar que o caso se trata de uma execução e mais detalhes serão descobertos ao longo da investigação. Um vídeo mostra o momento em que Gabriel e o jovem foram rendidos pelo policial. O PM aparece xingando e agredindo os dois, ordenando que coloquem o rosto no chão e as mãos na cabeça. Logo depois ele dispara contra os dois. >
O PM procurou a delegacia ontem, acompanhado de um advogado, para prestar depoimento. Como não houve flagrante e ele se apresentou espontaneamente, foi ouvido e liberado, informou a Polícia Civil. A solicitação de prisão preventiva foi feita na segunda-feira (2). >
Até agora, oito pessoas já foram ouvidas pela polícia, incluindo a namorada do soldado, que estava com ele no momento do fato. Ela manteve a mesma versão apresentada pelo PM, de que ele teria agido em legítima defesa. Agora, a polícia continua ouvindo testemunhas e busca mais imagens feitas por câmeras de videomonitoramento da região para auxiliar na conclusão do inquérito.>
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) informou que não localizou o caso. "A notícia-crime relacionada ao caso ainda não foi comunicada/distribuída no âmbito deste TJBA", informou a assessoria do órgão. >
Ontem, a Polícia Militar divulgou nota afirmando que estava averiguando a denúncia. Diligências estão em curso para identificar e apurar todos os fatos relacionados, segundo a corporação. "A instituição não compactua com qualquer conduta que desvie dos princípios éticos e legais que regem o serviço policial", acrescentou. >