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Polícia investiga se suspeito de matar menina de 8 anos cometeu estupros em outros estados

Material genético de Joseilson Souza da Silva será incluído em banco nacional

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 24 de julho de 2024 às 15:18

Joseilson Souza da Silva
Joseilson Souza da Silva passará por audiência de custódia nesta quinta-feira (25) Crédito: Marina Silva/CORREIO

A Polícia Civil investiga se Joseilson Souza da Silva, 43 anos, praticou crimes sexuais em outros estados antes de ser preso como suspeito de matar Aisha Vitória Santos da Silva, de 8 anos. Segundo a polícia, o homem confessou ter assassinado e abusado a criança, que foi encontrada morta com sinais de violência sexual, na terça-feira (23), em Salvador. O material genético de Joseilson será incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos, o que pode colaborar para a elucidação de outros crimes.

“É possível que ele esteja envolvido em crimes dessa natureza [sexual] em outros estados. Por isso, uma das medidas tomadas pela polícia foi a coleta de material genético para que a gente possa fazer o cruzamento de informações”, disse a delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em entrevista à imprensa, na quarta-feira (24).

Joseilson foi autuado em flagrante por homicídio e é investigado por estupro no caso de Aisha, mesmo já tendo confessado ambos os crimes. Em 2015, ele chegou a ser preso pela tentativa de estupro de uma criança de 7 anos, em São Gonçalo dos Campos, no centro-norte baiano. Joseilson Souza ficou preso durante 10 dias, mas foi liberado pela Justiça.

A delegada detalhou como a inclusão do sêmen do suspeito no Banco de Perfis Genéticos pode colaborar com outras investigações. “O material será confrontado com outros materiais que já estão incluídos nesse banco. Ele pode estar envolvido em crimes na Bahia e em outros estados, e o cruzamento das informações é de suma importância para que ele seja indiciado em outros crimes”, completou Andréa Ribeiro.

As investigações vão apontar ainda se Aisha Vitória foi vítima de violência sexual antes de ser morta. Segundo familiares da vítima, a criança foi encontrada com sinais de violência e marcas vermelhas pelo corpo. A polícia também afirma que o homem já assumiu ter estuprado a criança, mas é necessário um exame pericial para comprovar o crime.

O pai de Aisha confrontou o suspeito, que teria dito que matou a menina “porque teve vontade”. Joseilson Souza passará por audiência de custódia nesta quinta-feira (25), às 9h30, na Vara de Audiência de Custódia da Comarca de Salvador.

O suspeito morava em Pernambués há pouco mais de um ano e se mudou para a Travessa São Jorge, onde Aisha morava com a família, há cerca de três meses. Moradores do bairro contaram ao CORREIO que Joseilson oferecia doces e dinheiro para as crianças. Por isso, a mãe de Aisha teria desconfiado que ele era culpado pelo desaparecimento da vítima.

Desconfiança

Desde o início das investigações, a Polícia Civil desconfiou que o suspeito fosse morador da região. “Nós sabíamos que a probabilidade do autor do crime ser alguém próximo à família era grande. O corpo foi deixado em um local muito próximo da casa da vítima e ela foi procurada, durante muito tempo, pela comunidade”, disse a delegada Andréa Ribeiro. 

O corpo de Aisha Vitória foi enterrado na manhã desta quarta-feira (24), no Cemitério Ordem 3º de São Francisco, na Baixa de Quintas. Três ônibus levaram moradores de Pernambués até o local da despedida. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para atender a mãe da menina, que passou mal.

Relembre o caso

O corpo de Aisha Vitória foi encontrado na manhã de terça-feira (23), na Travessa de São Jorge, no bairro de Pernambués. A vítima estava sendo procurada desde o dia anterior. 

A Polícia Civil e o Departamento de Polícia Técnica estiveram no local para perícia e remoção do corpo. Ao encontrarem a garota morta, os policiais desconfiaram que ela foi vítima de violência sexual, o que será confirmado após exames periciais. "Deixaram ela de bruços, uns dez metros de distância da casa dela. O corpo estava todo arranhado, com marcas que fizeram a gente pensar o pior, mas a perícia que vai dizer. Eu acredito que alguém da rua tirou o flagrante de casa e largou aqui", disse a tia da vítima, que não quis se identificar.

O suspeito morava no bairro há pouco mais de um ano e havia se mudado para a travessa há três meses. Ele foi conduzido para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).