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Plantões, pacientes e serviços 'fakes': Polícia investiga desvios de verbas públicas na Bahia

Crimes de corrupção já somam um prejuízo de R$ 12 milhões aos cofres públicos

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Esther Morais

Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 07:57

nove investigados pela “Operação USG” deflagrada pelo Draco
Há nove investigados pela “Operação USG”, deflagrada pelo Draco Crédito: Ascom PCBA

Prefeito, secretários municipais de saúde, servidores públicos, agentes políticos, médicos e empresas suspeitas estão na lista de investigados da “Operação USG”, deflagrada pela Polícia Civil. A ação acontece na manhã desta terça-feira (17), no município de Formosa do Rio Preto, localizado no Oeste baiano, e nas cidades de Corrente e Bom Jesus, no Piauí.

O objetivo é desarticular um esquema de desvios de verbas públicas, fraudes em licitações e contratações, entre outros crimes decorrentes de irregularidades na execução de contratos de serviços médicos.

As infrações são praticadas por uma associação criminosa composta por, pelo menos, nove servidores do município de Formosa do Rio Preto e das duas cidades piauienses, segundo a investigação. Os crimes de corrupção já somam um prejuízo de R$ 12 milhões aos cofres públicos municipais.

Equipes do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco) cumprem mandados judiciais em residências de médicos, “laranjas”, de políticos, ex-secretários municipais de saúde e também em clínicas e postos de saúde, localizados na cidade baiana distante 1.026 Km de Salvador e no Piauí.

As apurações do Draco encontraram evidências que apontam diversas irregularidades na Secretaria de Saúde de Formosa do Rio Preto: exames incompatíveis, a exemplo de ultrassonografias transvaginais em pacientes do sexo masculino, pagamentos por serviços médicos não prestados à população, plantões fictícios, listas fraudulentas de pacientes, números de exames destoantes da realidade, além da utilização de empresas de fachadas para promover a destinação ilícita de recursos.

Entre as ações, o Departamento também executou o bloqueio dos valores desviados, presentes em contas de três clínicas que possuem contratos com o município baiano, além das pessoas investigadas.

A partir dos materiais coletados nas diligências da Operação USG, o Draco irá ampliar as investigações, estimando a possibilidade da participação de outros suspeitos e de valores desviados além do que foi encontrado até esta fase das apurações.