Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Poema indiano é inspiração da Ópera Amor Azul, de Gilberto Gil e Aldo Brizzi

Projeto foi apresentado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, neste sábado (23)

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 23 de novembro de 2024 às 22:22

Gil com o maestro italiano Aldo Brizzi
Gil com o maestro italiano Aldo Brizzi Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

Para os hinduístas, a relação do deus indu Krishna e de Radha é um exemplo de pureza que transcende o amor romântico. A lenda dessa união descrita no poema “Gita Govinda”, de Jayadeva Goswami, é a inspiração do inédito projeto Ópera Amor Azul, de Gilberto Gil e do maestro italiano Aldo Brizzi. Em Salvador, o espetáculo foi apresentado neste sábado (23), na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA).

Após duas apresentações aclamadas em Paris e São Paulo, o projeto lotou a Concha, que tem capacidade para 5 mil espectadores. Mais de 150 artistas, incluindo a Orquestra e Coro da Neojiba e solistas do Núcleo de Ópera da Bahia, participaram do espetáculo, que contou com um repertório de 40 músicas inéditas e dois atos.

A fusão entre orquestra sinfônica, Música Popular Brasileira (MPB) e balé indiano envolveu o público soteropolitano por 2h30. A fonoaudióloga Kézia Oliveira, 34 anos, e a mãe, Maria Clotildes Oliveira, 65, foram atraídas pela mistura de Gil e Brizzi. “Eu achei a proposta muito interessante. Então, eu tenho a oportunidade de ver as influências musicais que Gil tem e essa mistura com a parte da mitologia indiana, com a música popular brasileira”, disse Kézia.

“Eu conheço bastante as músicas do Gil e tudo, né, gosto muito. Então, tudo isso me incentivou de estar aqui hoje. É algo bem diferente. E eu gosto de música clássica, acompanho sempre o trabalho da Neojiba. Nós (ela e a filha), temos gostos parecidos”, afirmou Maria.

Maria Clotildes Oliveira e Brenda Oliveira
Maria Clotildes Oliveira e Brenda Oliveira Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

Para a cantora, compositora e terapeuta transpessoal Radha Vitória Gokula, 59, que tem o nome hindu, a inspiração do projeto foi instigante. “Quando vi que Gil estava baseando essa obra prima em um livro de Jayadeva, grande poeta e literário da cultura védica, eu fiquei impressionada. Na verdade, é um trabalho adaptado de Rogério Duarte, que Gil pegou e musicou. Tudo e está incrível”, disse Radha, que estuda a literatura védica da Índia há cerca de 35 anos.

Radha Vitória Gokula
Radha Vitória Gokula Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

O poema de Jayadeva Goswami foi traduzido ao português pelo artista tropicalista Rogério Duarte, o texto foi adaptado para a ópera com a colaboração do poeta André Vallias, oferecendo uma visão poética e intensa do amor entre divindade e mortal, mesclando o misticismo hindu ao estilo único de Gil, que atua como narrador e também intérprete de Vishnu.

A engenheira agrônoma Brenda Santino, 28, e o esposo, Eron de Oliveira, 29, viram a oportunidade de prestigiar duas paixões: Gilberto Gil e música clássica. Os dois, inclusive, tiveram formação musical na infância. "Eu participei de filarmônica como instrumentista. Então, uniu duas coisas que eu gosto muito”, disse Brenda. “Quando a gente viu que esse espetáculo iria acontecer em Salvador, a gente ficou muito ansioso e muito feliz”, complementou Oliveira.

Eron Oliveira e Brenda Santino
Eron Oliveira e Brenda Santino Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

Jayadeva Goswami

Jayadeva Goswami é considerado um dos grandes clássicos da literatura mística e erótica. O compositor é lembrado de especialmente pelo poema “Gita Govinda”.