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Esther Morais
Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 12:23
Os dois policiais militares que foram presos em uma operação nesta quinta-feira (9) são soldados que trabalhavam em Salvador, em duas companhias diferentes. Os PMs exerciam função de liderança no grupo criminoso. Os nomes deles não foram divulgados.>
Um dos PMs estava no Paraná, viajando, quando foi localizado e preso. O outro estava preso em casa, na capital baiana. Segundo a investigação, os dois desviavam parte das drogas apreendidas em ações policiais. Eles são ligados a um grupo criminoso, para o qual repassavam as drogas apreendidas de rivais. >
"Foi uma operação fruto de investigação desenvolvida pela antisequestro. Identificamos organização com atuação em cinco estados do Brasil, obtivemos 26 mandados de busca e apreensão e seis de prisão", explicou Thomas Galdino, diretor do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).>
Segundo ele, o grupo praticava diversos crimes, como extorsão mediante sequestro, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. "A investigação continua. Hoje foi dado um passo a mais. Foram apreendidos diversos aparelhos eletrônicos e documentos que vão subsidiar a investigação", acrescentou. >
O delegado Adailton Adan explica como eles chegaram até os PMs a partir do sequestro e morte de um empresário. "A investigação começou com a morte de Ivan Freitas de Almeida. Ele foi atraído e morto por polícias militares, no que enxergamos como tomada de poder. Foi sequestrado e morre para que organização trocasse de chefes", explicou. "Tinha uma parceira com a criação de diversas empresas para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Foi esse o episódio do sequestro. Resgate foi pago e Ivan foi morto", acrescentou. O crime aconteceu em 3 de agosto de 2023.>
As investigações, iniciadas pela Delegacia Especializada Antissequestro (DAS), revelaram o modus operandi do grupo. A extorsão com morte servia para encobrir outras atividades ilícitas, como tráfico de drogas e lavagem de capitais - ainda não há detalhes de como era feito. O esquema criminoso movimentou cerca de R$ 150 milhões ao longo de três anos. >
A polícia cumpriu seis mandados de prisões temporárias, sendo um no Paraná, outro no Ceará e mais um em São Paulo. Os demais foram aqui na Bahia. Ao todo, foram oito presos, contando dois detidos em flagrante com armas e drogas - também na Bahia. >
As ações, que fazem parte da Operação Indignos, deflagrada pela Polícia Civil, estão sendo realizadas nas cidades de Candeias, Lauro de Freitas, Dias D’Ávila e Camaçari, além de 10 bairros de Salvador. A investigação se estende em São Paulo, Paraná, Amazonas e Ceará.>
A polícia pediu encaminhamento de todos os presos de fora do estado para a Bahia, local dos crimes.>