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Wendel de Novais
Publicado em 14 de abril de 2025 às 08:56
Os policiais militares envolvidos na ação que acabou na morte da estudante universitária Ana Luiza Silva dos Santos, de 19 anos, não usavam as câmeras nas fardas. O caso, que foi registrado na Vila de Nanã, gera diferentes relatos. Enquanto moradores acusam PMs de terem chegado atirando e atingido a vítima, a corporação alega que houve confronto com traficantes armados. A jovem foi baleada na barriga durante uma ação policial e não resistiu aos ferimentos. Ônibus deixaram de circular no bairro após a ocorrência.>
O corpo de Luiza e o local onde ela caiu após ser baleada vão passar por perícia, mas não há imagens das câmeras de farda dos policiais para elucidar o caso. A informação foi confirmada pelo comandante da 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Narandiba). “A equipe de ontem [domingo] que participou dessa ação não tinha o equipamento [câmera] na farda porque, apesar da companhia ser uma das que já possuem a tecnologia, não são todas as equipes que rodam com ela na farda”, explica.>
A equipe citada faz parte da 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) que, assim como a 9ª (Pirajá) e a 37ª (Liberdade), foram prioridade para implantação das câmeras por conta dos nível de registros violentos nas áreas onde atuam. No entanto, a fonte destaca que há um grupo específico que não as usa. “O que temos nesse sentido é o uso das câmeras nas fardas por policiais que fazem parte das equipes de policiamento ordinário, que atuam em rondas. A equipe da ação que acabou com a jovem morta é o que chamamos de Peto, que atua em situações mais críticas e não faz uso do equipamento”, explica.>
A morte da jovem levou os moradores a realizarem um protesto no bairro da Engomadeira. Moradores fecharam a Estrada das Barreiras e atravessaram dois ônibus na pista após o ocorrido. Por conta do bloqueio, os ônibus deixaram de circular no bairro desde às 15h do domingo (13), de acordo com informações da Secretaria de Mobilidade de Salvador.>