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Maysa Polcri
Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 11:41
Após missão realizada na Baía de Todos-os-Santos, especialistas definiram como será o combate ao coral invasor que ameaça a região. Em janeiro, o CORREIO acompanhou a visita à Ilha de Itaparica, onde a espécie se multiplica com rapidez. O plano de combate contará com quatro etapas e envolverá voluntários. >
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (Sema), a ação ocorrerá entre fevereiro e março. Serão realizadas capacitação de pescadores e mergulhadores, remoção do coral, monitoramento e mapeamento de outras áreas afetadas. >
O treinamento será feito entre 14 e 21 de fevereiro para explicar os procedimentos para a remoção do coral na marina da Ilha e em áreas próximas à Ilha do Medo. >
O octocoral de aparência flexível e carnosa é denominado Chromonephthea braziliensis. Pesquisadores acreditam que a espécie foi trazida à Bahia por plataformas de petróleo vindas do Rio de Janeiro. Por não ser natural da Baía de Todos-os-Santos, o coral não possui predador natural e ameaça os animais existentes. >
Na terça-feira (4), após a última expedição de monitoramento, foram definidas as estratégias para remoção do coral invasor. O método adotado inclui a remoção manual, aliada à limpeza minuciosa do local e, quando necessário, à aplicação de sal ácido para garantir a eliminação completa da espécie. >
"A remoção manual será o método principal, mas é essencial realizar a limpeza do local com uma escova de aço para evitar a regeneração e o surgimento de novos bioinvasores. Além disso, fragmentos soltos podem ser levados pela correnteza e dar origem a novas colônias em outras áreas", explica o pesquisador Rodrigo Maia.>
Segundo a oceanógrafa da Coordenação de Ações Estratégicas da Sema, Mariana Fontoura, após a remoção do octocoral na região da marina de da ilha de Itaparica, serão realizadas campanhas mensais de monitoramento. >
Se bem sucedido, o projeta será pioneiro em combater uma espécie invasora na região. A força-tarefa reúne integrantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), da Marinha, da Capitania dos Portos da Bahia e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). >
Além de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Centro Universitário Senai/Cimatec e ONG Pró-Mar.>