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Millena Marques
Publicado em 23 de março de 2024 às 06:00
Uma cúpula de 11 metros de diâmetro e 180 m² de área em uma grande tela de cinema reproduz o céu, durante dia e noite, planetas, constelações, nebulosas e galáxias do universo. Isso é o que o primeiro planetário de Salvador oferecerá ao público a partir do dia 2 de abril. Nessa sexta-feira (22), o equipamento, localizado no campus Ondina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), ao lado da portaria principal, foi apresentado à imprensa.
Com capacidade para 85 pessoas, a sala permite uma experiência imersiva. Quem senta nas cadeiras projetadas para reclinar sentirá, talvez, uma sensação parecida com a experiência de uma sala de cinema 3D, mas com um leve toque de realidade aumentada. Planejado há quatro anos, o planetário traz o que nenhum equipamento do tipo tem no Brasil: conectividade.
As imagens reproduzidas na imensa tela, que pode ser comparada ao formato de uma lua gigante, saem de um único equipamento. Em Salvador, o planetário projeta quatro imagens, sendo três vídeos e uma imagem de fundo. Esse é o diferencial, segundo o consultor do projeto César Orrico.
“Em qualquer outro lugar, você tem que ter quatro data-shows montados ao mesmo tempo. Isso é um diferencial. Além disso, está por trás o software, buscando dados na Internet”, pontua.
O planetário também contará com dois telescópios para observação direta, em espaço aberto, com capacidade de visualizar crateras de Lua e os anéis de Saturno. O equipamento pode ser utilizado para exibir inúmeros conteúdos científicos diversos, a gosto das unidades universitárias.
A construção do planetário e os equipamentos que o compõe foram doados para a Ufba por um ex-aluno da universidade, o advogado Francisco Lacerda Brito, entusiasta da astronomia e fundador do Instituto de Astronomia Brito Castelo Branco (IABCB), instituição sem fins lucrativos.
“Eu fui um menino da zona rural, eu via o céu, esse céu escuro onde eu nasci, e eu tinha muita curiosidade e não tinha informação do que era. E é essa forma que eu encontrei de propiciar aos jovens e adolescentes que eles conheçam o céu como ele realmente é”, afirma Francisco Lacerda Brito.
O Planetário da Ufba será utilizado pela comunidade acadêmica da universidade, mas estará aberto para visitas externas, do público em geral e de alunos das redes públicas e privadas de ensino. Os estudantes das escolas públicas terão acesso gratuito, enquanto as outras pessoas que não se enquadram nesse grupo pagarão uma taxa: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Em breve, o agendamento da visita será feito pela plataforma Sympla ou por meio do site do planetário. A partir do dia 2, o equipamento terá duas sessões de 40 e 50 minutos por semana. A expectativa é que o funcionamento seja ampliado, das 8h às 20h, todos os dias. Serão 10 sessões semanais gratuitas para estudantes de escolas públicas municipais e estaduais e sete sessões para o público interno da Ufba. As sessões para o público geral serão comercializadas, com o objetivo de reverter a receita para a manutenção do equipamento.
O espaço terá a gestão de parceria entre a Ufba, o IABCB e a Associação de Astrônomos Amadores da Bahia.
A universidade foi responsável por doar o terreno onde está o planetário. Membro da comissão gestora e diretor do Instituto de Física da Ufba, Ricardo Miranda destaca a importância de um planetário em Salvador: “É uma experiência imersiva, com imagem e som de alta qualidade, que desperta nos estudantes a vontade de estudar aquilo o que foi exibido”.