Pintura de 'timbaleiro' em monumento de Jorge e Zélia divide opiniões de internautas

Com a aproximação do Carnaval, em Salvador, mesmo quem não é timbaleiro acaba se tornando um pouco: eu, você, o Jorge Amado e a Zélia Gattai. As estátuas dos escritores baianos, posicionadas no Largo de Santana, no Rio Vermelho, foram alvo de uma pintura durante o último final de semana. Um braço de cada uma das figuras homenageadas foi pintado com uma referência às pinturas corporais da banda do Candeal. 

Em Salvador, já virou uma marca característica e é mais do que comum, inclusive, que turistas transitem pela cidade com os braços pintados. Nas imagens que circulam nas redes, o braço esquerdo de Zélia e o direito de Jorge aparecem coloridos pela tinta branca. A pintura surgiu após o bairro receber uma legião de turistas e fiéis no último domingo (2), com a homenagem à Rainha das Águas no dia de Iemanjá. Durante as celebrações profanas, inclusive, ocorreu a já tradicional 'Exaguada de Yemanjá', na Vila Caramuru, com o cacique e fundador da banda Timbalada, Carlinhos Brown. 

As fotografias chamaram atenção pelo inusitado e dividiu os internautas entre quem achou graça e quem condenou a ação. "Que coisa ridícula! Já é podre as pessoas andarem pintadas assim por aí, mas danificar patrimônio é de lascar!!!"", opinou uma delas, em uma publicação. 

"Eu não achei ruim a pintura, mas a festa de Yemanjá realmente tem sido lamentável… vários terreiros inclusive já mudaram a data de suas comemorações a pedido do orixá", disse outra.

"O monumento em frente ao Show Bar também estava pintado", acrescentou outra internauta, fazendo referência ao monumento em homenagem a Cristóvão Colombo, localizado na Praça Colombo. "Santa ignorância. Cadê as câmeras para ver quem foi o autor? Multa neles", pediu um terceiro.

O CORREIO procurou a Secretaria de Manutenção da Cidade de Salvador (Seman) para checar se e quando será realizada a remoção da pintura. Em resposta, a pasta informou que será feita análise antes que a pintura possa ser retirada. "A gente vai fazer a vistoria para ver que tipo de tinta foi utilizada lá, porque o material daquelas estátuas é bronze, então a gente não pode colocar qualquer tipo de coisa para limpar, usar um solvente que possa prejudicar a própria estátua, tirando a sua cor original", explicou.

De acordo com a pasta, a apuração para localizar possíveis responsáveis é da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). "Pichação é crime. O que nós fazemos é campanha, com inserções em nossas redes sociais, procurando conscientizar a população para denunciar esses criminosos à Polícia", destacou.

O CORREIO entrou em contato com a SSP para checar se esse tipo de situação gera algum tipo de punição para os autores e se haverá uma apuração para localizar os responsáveis, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.