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Raquel Brito
Publicado em 17 de julho de 2024 às 07:00
Dor aguda, dormência e inchaços. Essas são algumas das reações causadas por picadas de escorpiões, mas acidentes com esse animal peçonhento podem levar à morte. Só este ano, até a última segunda-feira (15), foram 21 óbitos em todo o estado, de acordo com dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). >
Isso acontece porque o veneno dos escorpiões tem ação neurotóxica, ou seja, atua nas terminações nervosas, explica o professor Artur Dias Lima, doutor em Biologia Parasitária, docente de ecologia médica da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.>
“Além de forte dor no local da picada, pode atingir o sistema nervoso fazendo com que a pessoa pare de respirar, causando asfixia”, afirma. >
No estado, são mais frequentes duas espécies: o escorpião-do-nordeste (Tityus stigmurus) e o amarelo (Tityus serrulatus). Apesar de todo escorpião ser venenoso, o especialista explica que o veneno do amarelo tem maior toxicidade e é mais potente quando picam humanos. >
A estudante Sarah Deily, de 23 anos, passou por momentos de desespero após uma picada de escorpião na sua casa, em Feira de Santana, em 2016.>
“Havia chegado de um evento de noite e fui preparar a cama para dormir. Minha cama ficava muito perto da parede e, quando fui arrumar o lençol, senti uma picada e uma dor aguda logo em seguida. O bicho estava na parede ao lado da minha cama”, conta. >
Ela, que cresceu ouvindo histórias sobre o perigo dos animais peçonhentos, não pensou duas vezes antes de ir ao hospital. Decisão correta, segundo explicação do diretor do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA), Jucelino Nery. >
O especialista afirma que, em caso de picadas, o ideal é, antes de tudo, tentar se acalmar, lavar com água e sabão o local atingido e não passar mais nada antes de levar a vítima para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou outra unidade de saúde mais próxima de onde aconteceu o acidente. >
“E, caso o animal tenha sido capturado ou fotografado, levá-lo ou as fotos para identificação. O médico irá tratar adequadamente e utilizar o soro antiveneno se necessário”, indica. >
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.>