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Bruno Wendel
Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 10:33
O policial federal Rogério Magno Almeida Medeiros foi um dos presos numa operação da PF, em ação conjunta com o Ministério Público Federal, realizada na manhã desta segunda-feira (23). Ele atuou como superintendente de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, no governo de Rui Costa. Na ocasião, a pasta era comandada por Maurício Barbosa, secretário denunciado na Operação Faroeste sob acusação de operar um esquema de grampos ilegais e espionagem contra adversários.
A segunda fase da Operação Overclean, tem o objetivo de desarticular organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com fontes da PF , o agente teria fornecido informações privilegiadas ao grupo criminoso e recebia pagamentos mensais pela função de vazamento de dados confidenciais sobre as investigações. Também teria recebido serviços pessoais pagos pelos líderes das organizações. Rogério chegou à sede da PF em Água de Meninos, no banco detrás de uma viatura. Ele teve acesso ao prédio pelos fundos, evitando, assim, contato com a imprensa.
Advogado do Sindicato dos Policiais Federais da Bahia, Alberto Carvalho, informou que ainda não teve acesso ao processo. "Agora é esperar a audiência de custódia, para saber o que de fato aconteceu. Ele foi preso na operação, mas ele não sabe o que está acontecendo", disse ele. Magno passará por audiência de custódia ainda hoje.
Além dele, foi preso o vice-prefeito de Lauro de Freitas, responsável pelo fundo municipal de saúde. Segundo as investigações, ele teria recebido pagamentos mensais e teve dívidas pessoais pegas pela organização criminosa, utilizando contratos fraudulentos firmados com a empresa PAP Saúde Ambiental Ltda. O ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória foi outro que teve o mandando de prisão cumprido. A quarta prisão preventiva foi realizada em Vitória da Conquista.
Operação
Estão sendo cumpridos, nas cidades de Brasília, Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista, 10 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva, uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público de suas funções, além de medidas de sequestro de bens.
Além disso, nesta fase foi determinado o sequestro de aproximadamente R$ 4,7 milhões, valor obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados, e diversos veículos de luxo.
De acordo com as investigações, a organização criminosa é suspeita de movimentar cerca de R$ 1,4 bilhão proveniente de contratos fraudulentos e de obras superfaturadas. O grupo também contava com uma célula de apoio informacional, composta por policiais, que tinha a função de repassar informações sensíveis à organização criminosa, incluindo a identificação de agentes federais envolvidos em diligências sigilosas.
Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.