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PF cumpre mandados de busca e apreensão em caso de superfaturamento de testes de Covid-19 na Bahia

Investigações apontaram que os processos licitatórios com indícios de fraude totalizavam cerca de R$ 2 milhões

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2024 às 21:28

PF em Vitória da Consquista Crédito: Divulgação

A Polícia Federal (PF), em trabalho conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou, nesta quinta-feira (25), a Operação Dropout, para desarticulação de uma organização criminosa que teria desviado recursos públicos empregados pela Secretaria de Saúde do município de Vitória da Conquista, no centro sul do estado, no combate e prevenção aos efeitos da pandemia de Covid-19.

Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e nove mandados de medidas cautelares diversas da prisão, nas cidades de Vitória da Conquista, Salvador, Belo Horizonte, em Minas Gerais e Nova Lima, também no estado mineiro.

Os fatos teriam ocorrido durante a pandemia em 2020, em dispensas voltadas à aquisição de testes de detecção de antígenos do SARS-CoV-2 pelos métodos de fluorescência e imunocromatografia. A denúncia foi apresentada em 2022 pela própria Procuradoria do Município de Vitória da Conquista, quando tomou conhecimento da possível fraude.

A Procuradoria fez uma apuração interna e confirmou que os indícios que lhe foram apresentados eram consistentes, encaminhando, assim, a denúncia à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.

As investigações apontaram que os processos licitatórios com indícios de fraude totalizavam cerca de R$ 2 milhões, com comprovação de superfaturamento de preços e prejuízo ao Erário de, no mínimo, R$ 677.900 mil nos dois procedimentos.

As análises revelaram, ainda, que foram usados artifícios para que a empresa vencedora, com sede em Salvador, tivesse êxito nos dois certames, mesmo com propostas superfaturadas. Para tanto, propostas com valores menores para aquisição de testes pelo método de imunocromatografia foram recusadas, sob o argumento de que não atendiam à metodologia pretendida.

A Secretaria de Saúde então adquiriu testes rápidos por imunoensaio fluorescente fornecidos pela empresa investigada com sede em Salvador, os quais eram importados de uma segunda empresa com sede em Belo Horizonte. Essa segunda empresa tinha como sócia, na época, pessoa com parentesco próximo à então Diretora de Vigilância em Saúde municipal de Vitória da Conquista.

Os trabalhos conjuntos revelaram, por fim, que o braço financeiro da Organização Criminosa estava localizado na cidade de Salvador, onde os recursos públicos transitaram por sócios ocultos e pessoas estranhas à empresa licitante vencedora.

Além dos mandados judiciais, foi determinado também o bloqueio judicial no importe de R$ 2 milhões e trinta mil reais das contas e bens dos principais investigados, além da apreensão de objetos de grande valor. Os delitos apurados na operação são organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude licitatória, peculato e destruição de documento público, cujas penas máximas podem somar mais de 40 anos de prisão.

As medidas cautelares impostas foram: proibição de contato entre os investigados; proibição de adentrar à sede da Secretaria de Saúde; proibição de contratar com o Poder Público; afastamento das funções públicas; dentre outras.