Peru mais caro e chester em conta: saiba o que comprar para economizar na ceia de Natal

Peru aumentou 64%, frango caiu 13% e chester caiu 20%

Dezembro chegou e as famílias baianas começam a se organizar para a noite do dia 24. Durante os preparativos, surge a pergunta: quais alimentos vão compor a mesa mais farta do ano? Para os fãs do chester, a notícia é positiva. O alimento está em média 20% mais barato do que no ano passado. Já o peru temperado, encareceu 64%.

Um levantamento realizado pela reportagem, no aplicativo de comidas Ifood e em matérias publicadas no CORREIO, mostrou que o peru temperado era encontrado por em média R$ 129,99 em 2022. Em 2023, o produto é vendido por em média R$103,22. Em contrapartida, o peru temperado passou de R$85 a R$105 em 2022, para em média R$139,97 em 2023.

Segundo o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), o aumento médio dos produtos que compõem a ceia é de 4,48% - valor acima da inflação nacional, que está acumulada em 3,71% no mesmo período. Para a sorte dos amantes do Natal, alguns deles ainda não alcançaram o aumento médio.

“A alimentação teve um bom comportamento este ano e impediu que a inflação fosse ainda maior”, analisa Braz. Mesmo alguns dos itens que estão mais caros apresentam alta acumulada nos últimos 12 meses menor do que a inflação. É o caso do lombo suíno (0,06%), vinho (2,21%) e bolo pronto (3,7%).

Um levantamento feito por André Braz, mostrou que dos 18 produtos analisados por ele, o que apresenta a maior alta nos últimos 12 meses é o azeite, com aumento de 29,83%. A alta é causada pela crise de produção na Espanha, que perdeu 60% da última safra de azeitonas, como mostrou uma reportagem do CORREIO.

Em seguida aparece o tomate (22,47%), arroz (20,65%) e o abacaxi (12,59%). O bacalhau, que é opção na mesa de muitas famílias, registra alta de 8,28%. As bebidas também vão pesar mais no bolso dos consumidores. Enquanto a alta acumulada dos refrigerantes é de 7,54%, a das cervejas chega a 7,58%.

Salvação

Mas sabendo escolher bem, o jantar pode sair até mais barato do que o do ano passado. Entre os produtos que registraram diminuição de preço entre dezembro de 2022 e novembro deste ano estão proteínas e vegetais (veja a lista completa abaixo). O frango inteiro teve redução de 13,68% nos preços e chega a ser encontrado por R$17,98 em mercados de Salvador.

O pernil suíno também teve queda, mas inferior, de 1,40%. É possível encontrar o quilo do item por R$26,99 na capital baiana. A cebola, presente em diversas receitas, registrou queda de 23,34% e a batata-inglesa,16,37%.

O cenário econômico favorável está relacionado com as boas condições das safras de 2022 e 2023, segundo André Braz. “Tivemos uma oferta mais regular de alimentos ao longo do ano. As safras boas de milho e de soja favorecem a queda do preço das carnes porque suínos e aves se alimentam de rações feitas com esses produtos”, ressalta.

Na hora de driblar os preços mais altos, o que vale é a criatividade para pensar em substituições, como indica o educador financeiro e economista Edval Landulfo. “Se a pera está mais cara para compor a mesa, é possível trocar pela maçã, por exemplo. Outra opção para economizar é trocar o peru ou chester pelo frango inteiro, como forma de manter a tradição de uma ave na ceia”, diz.

Itens que registram queda de preço nos últimos 12 meses

• Cebola (- 23,34%)
• Batata-inglesa (- 16,37%)
• Frango inteiro (- 13,68%)
• Pernil suíno (- 1,40%)
• Chester (-20%)

Itens que registram aumento de preço nos últimos 12 meses

• Azeite (29,83%)
• Tomate (22,47%)
• Arroz (20,65%)
• Abacaxi (12,59%)
• Bacalhau (8,28%)
• Maionese (7,985)
• Cerveja (7,58%)
• Refrigerantes (7,54%)
• Suco de fruta (5,74%)
• Melão (2,26%)
• Vinho (2,21%)
• Uva (1,55%)
• Bolo pronto (3,77%)
• Lombo suíno (0,06%)
• Peru (64%)
  

Fonte: Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV).