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Carol Neves
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 08:13
Pela primeira vez, um peixe-leão (Pterois volitans) foi encontrado e capturado na costa baiana, na região de Morro de São Paulo. A captura ocorreu durante uma operação de monitoramento do Governo do Estado, composta por biólogos, oceanógrafos e veterinários da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). O peixe foi trazido para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) para análise e estudos em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba). >
O peixe-leão, uma espécie nativa do Indo-Pacífico, é considerado uma espécie invasora, que ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas marinhos, pois não possui predadores naturais no Brasil e compete por alimento, impactando outras espécies, como peixes e crustáceos. O exemplar capturado mede cerca de 10 centímetros e tem aproximadamente um ano de vida. Ele foi avistado por um mergulhador local, Diego Marques, que alertou as autoridades sobre o animal.>
A origem do peixe será investigada pela oceanógrafa Alice Reis, que acredita que ele possa ter sido trazido pelas correntes marítimas ou ser fruto de reprodução local, o que indicaria a presença de mais exemplares na costa baiana. “Existe a possibilidade de ter sido trazido pelas correntes marítimas, ainda na forma de larva, vindo do estado de Pernambuco, onde há registros do aparecimento e reprodução em grande escala. Também trabalhamos com a hipótese de que seja fruto de uma reprodução local, o que indicaria a presença de mais animais na nossa costa. Neste momento é essencial que pescadores, mergulhadores e banhistas estejam atentos e comuniquem o aparecimento de outros exemplares do peixe-leão”.>
O governo da Bahia notificou os municípios da Costa Baiana e diversos órgãos ambientais para iniciar um plano de resposta rápida à invasão, conforme as diretrizes do Ministério do Meio Ambiente (MMA).>
A captura foi realizada com equipamentos adequados, como redes especiais e luvas reforçadas, devido ao risco de contato com os espinhos venenosos do peixe. O veterinário Marcos Leônidas alertou para os riscos à saúde humana, pois a toxina do peixe-leão pode causar sérios danos, incluindo necrose, náuseas e convulsões. “O grande problema é que esse animal exótico é predador de várias espécies de peixes da nossa fauna silvestre, não tendo outros animais que possam controlar sua proliferação no Oceano Atlântico, além de ser venenoso e ter alta taxa de reprodução”, explica. >
As autoridades reforçam a importância da colaboração da população para evitar a proliferação do peixe-leão, alertando para que, em caso de avistamento, as pessoas não tentem capturá-lo e entrem em contato imediatamente com o Inema pelo Matheus Lemos - Ascom Sema / Inema>