Pastor que matou baiana em motel saiu no intuito de 'buscar uma trans', diz irmã de vítima

Para Myllena Rios, acusado mente ao dizer que não sabia que garota de programa era transexual e já tinha intenção de matá-la

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Da Redação

  • Esther Morais

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 14:01

Luane Costa da Silva
Luane Costa da Silva Crédito: Reprodução

O pastor Antônio Lima dos Santos Neto sabia que a baiana Luane Costa da Silva, de 27 anos, era uma mulher trans porque o local onde ele a encontrou é um ponto de prostituição para transexuais e travestis, diz Myllena Rios, irmã de Luane. A baiana era garota de programa em Santos, no litoral de São Paulo, onde foi achada morta em um quarto de motel no último dia 23. 

"Ele sabia que era ponto de trans, rua de trans. Foi lá no intuito de buscar uma trans. Provavelmente ele já saia com ela. Ele já foi nessa intenção de matar, tirar a vida dela, e agora está dizendo que não sabia que ela era trans. Mentira, ele sabia, sim", se revolta Myllena, ao saber que o pastor alegou que desistiu do programar ao descobrir que Luane era transexual e isso teria gerado um desentendimento que culminou em uma luta corporal. Antônio foi preso pela polícia de Santos em flagrante pouco depois do crime. 

Para Myllena, que também é trans e faz programas, assim como a irmã, o pastor não quis pagar o valor combinado. "Não quis foi pagar ela. Achou jeito mais fácil de matar ela. Foi tudo mentira, não caiu em arma de choque, tudo isso é ele tentando... Sabe por que ele está falando tudo isso? Porque simplesmente ela não está aqui para contar a versão dela. Ela não pode se defender. Ele já estava mal intencionado, queria tirar a vida de minha irmã", diz ela.

"Esses desgraçados vão sempre fazer a mesma coisa. Eles procuram a gente que é trans na noite para realizar os fetiches deles e depois nos matam e dão a versão deles. `Pensei que era mulher'. Mentira". 

Para a polícia, o pastor alegou que a mulher o abordou quando ele dirigia pela Avenida Senador Feijó, na cidade paulista. Foi oferecido um programa de R$ 100, os dois foram até um motel, mas, no local, o suspeito desistiu ao constatar que Luane era uma mulher transexual. Ele contou que a vítima se sentiu humilhada e cobrou mais R$ 100. Depois de realizar o pagamento, ela teria pedido mais e os dois entraram em luta corporal.

A briga envolveu um arma de choque de Luane, segundo o acusado. O pastor teria usado contra ela, que ficou desacordada. O homem fugiu do local e descartou o objeto. Ao voltar para o motel em busca do celular, ele foi flagrado pelos funcionários. O pastor acabou preso em flagrante no dia 24. 

A causa da morte foi determinada pela perícia como sendo por estrangulamento por asfixia. "Queria que esse miserável pagasse, ele está inventando calúnias contra ela", diz a irmã de Luane. 

Luane era de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano, e tinha se mudado com o marido para Santos havia pouco tempo. Agora, o corpo dela voltará para a cidade natal para o enterro. O velório está previsto para acontecer ainda nesta sexta-feira (25).