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Paraíso da contracultura, Arembepe comemora 50 anos do movimento hippie

Com show e livro sobre os anos 70, localidade lembra dos tempos telúricos em que famosos e anônimos viveram período de liberdade, arte e nudez

  • Foto do(a) author(a) Alexandre Lyrio
  • Alexandre Lyrio

Publicado em 2 de dezembro de 2017 às 19:08

 - Atualizado há 2 anos

No verão de 1968, o rockeiro Mick Jagger só queria saber de paz e amor. Amor ele tinha de sobra com a namorada Mariane Faithfull. Mas, para encontrar a paz, o astro dos Stones precisou buscar um refúgio bem distante. O lugar escolhido? Arembepe, no Litoral Norte da Bahia. O registro fotográfico de Mick Jagger tocando violão na varanda de uma casa junto com sua namorada, o filho Nicholas no colo e alguns nativos é mais do que uma imagem rara. Virou um marco. Mick Jagger toca violão em Arembepe, em 1968. Imagem é marco para as comemorações dos 50 anos do movimento hippie (Foto: Getty Images/Divulgação) Por isso, neste final de semana, cinco décadas depois da foto, a localidade dá início às comemorações dos 50 anos do movimento hippie na Aldeia de Arembepe. Promovido pela Associação dos Comerciantes e Prestadores de Serviços de Arembepe (Ascarb), o evento terá, a partir das 16h de hoje, feira de artesanato, show, apresentações de dança e um debate de relançamento do livro Anos 70 Bahia, do produtor cultural Sérgio Siqueira e do escritor Luiz Afonso. “Naquela época a Aldeia Hippie de Arembepe era aldeia do mundo”, resume Sérgio Siqueira, hospedado em uma das pousadas próximas à lendária aldeia. 

Por ali, como mostram imagens do próprio livro, circularam também Jack Nicholson, Roman Polanski, Jessel Buss, Denis Hopper, Janis Joplin e milhares de outros hippies “doidões” anônimos. No caso de Jagger, lembra Siqueira, ele e o amigo Keith Richards chegaram a comprar um imóvel chamado de Casa do Sol no local. “Fizeram um Réveillon fantástico por lá”, narra o livro. 

Na verdade, não existe uma data precisa para o surgimento da Aldeia Hippie de Arembepe. “Claro que já havia hippies em Arembepe antes do verão de 1968. Mas a foto com Mick Jagger é o mais antigo registro conhecido. Por isso, estamos lançando agora o início de um ano inteiro de comemorações, em 2018”, explica Cláudia Giudice, que faz parte da Ascarb, tem uma pousada na localidade e luta pela criação de um museu que possa recontar a trajetória do movimento hippie. “Sou apaixonada por essa história. É patrimônio da Bahia e tem que ser cuidado”.     Não à toa, no livro de Sérgio Siqueira e Luiz Afonso, que, logo mais, compõem a mesa para bater um papo sobre aqueles tempos telúricos, Arembepe é um capítulo à parte. Coletânea de relatos, muitos depõem sobre as viagens e loucuras regadas a ácido e maconha. Por lá passaram também os Novos Baianos e Tim Maia, que “ajudou um dos biriteiros da região a consumir algumas das 156 garrafas de cachaça Saborosa, pelas quais trocou sua Kombi velha”.  Mas era o tempo do LSD: “Você encontrava pessoas na rua de Arembepe viajando com aqueles olhos arregalados”, contou Missival, um dos personagens contribuir com relatos no livro. 

“E tudo isso com a ditadura militar correndo solta”, ressalta Sérgio. Aliás, na época, um delegado de Salvador ficou famoso por perseguir hippies na capital baiana. Mandava todos para Arembepe. “Temos muito a agradecer a ele. Colocava os hippies no camburão e deixava no paraíso. Prestou um grande serviço”, brinca Cláudia Giudice.    É assim que Arembepe se torna um dos paraísos da contracultura no mundo. “Nesses 50 anos, Arembepe foi uma das mecas do movimento hippie, junto com Machu Picchu, no Peru, e Goa, na índia”, diz o produtor Cultural. De fato, eram tempos de liberdade e nudez. Fotos como a de Ney Matogrosso nu, por entre a vegetação, resumem bem a liberdade em que se podia circular na Aldeia Hippie. “Arembepe: toda nudez será exaltada”, resume o título de um dos capítulos. 

O evento: Abertura das Comemorações pelos 50 Anos do Movimento Hippie em Arembepe Evento na Praça das Amendoeiras terá feira de artesanato, show e lançamento do livro Anos 70 Bahia (Foto: Cláudia Giudice/Divulgação) Datas: 02 e 03 de dezembro de 2017 (Sábado e Domingo)

Programação:

16h às 22h (sábado) e 10 às 16h (domingo) – Feira de Artes  19h Abertura do evento com Samba de Roda, grupo de cultura popular local  20h – Mesa Movimento Hippie e Sessão de Autógrafos Livro Anos 70 Bahia  21:30h – Show de Magno Estevam 

Local: Praça das Amendoeiras e dos Coqueiros, Arembepe, km 30 da Estrada do Coco

Organização: ASCARB (Associação dos Comerciantes e Prestadores de Serviço de Arembepe), com o apoio da Prefeitura Municipal de Camaçari