Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ leva público ao circuito Barra-Ondina

Evento contou com trios e um palco montado no Farol da Barra

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 8 de setembro de 2024 às 20:57

Evento aconteceu no circuito Barra-Ondina
Evento aconteceu no circuito Barra-Ondina Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Não era Carnaval, mas parecia: o circuito Barra-Ondina recebeu ontem uma multidão que acompanhava os trios elétricos e dava cores à Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ de Salvador. Uma enorme bandeira do arco-íris esteve à frente o desfile, que contou com 14 carros embalando o público na Barra ao som de diversos ritmos, incluindo samba, pagode e arrocha.

Além dos trios, o evento recebeu o Palco da Diversidade, montado no Farol da Barra. Ali, o público acompanhou apresentações de transformistas e drag queens que cantaram e dublaram sucessos de artistas como Joelma e Beyoncé. Já eram quase 17h quando o primeiro carro abriu o desfile, levando o trio do GGB (Grupo Gay da Bahia). Entre as atrações, quem abriu os trabalhos na avenida foi DJ Prettin, 31, que relembrou a importância do evento para a comunidade LGBTQIAPN+.

“Desde quando a Parada surgiu, nós tínhamos um vislumbre de tudo aquilo que podíamos ser. Nós passávamos um ano inteiro escondidos em um armário e a Parada era o momento onde podíamos ser quem éramos de verdade. Hoje é um dia político, mas também de celebração, de dizer que estamos vivos e que buscamos ainda a mais liberdade de nos expressar como queremos”, afirmou Prettin.

O gerente administrativo Caio Cardeal, 24, estava pela primeira vez no evento. Ele acompanhou o final dos shows no Palco da Diversidade e estava a caminho do trio quando foi entrevistado. Ele conta que participou de outras edições em São Paulo e Palmas, mas que ainda não tinha ido na Parada de Salvador.

“Viemos hoje não só pra festejar, mas pra reafirmar os nossos direitos e a necessidade deles. O Brasil ainda é um dos países que mais matam pessoas trans no mundo e essa população está precária de atenção do governo. Para mim, a Parada é a reafirmação de que eu estou vivo, mas que ainda não parei e sigo lutando”, contou.

Quem também se fez presente no Farol da Barra foi a ONG Mães pela Diversidade, composta por mães de pessoas LGBTQIAPN+ de todo o Brasil. Ana Carla Bitencourt representou a instituição na avenida e levou um cartaz com a mensagem “Tire seu preconceito do caminho, estamos passando com o nosso amor”.

“Hoje é um dia de festa, mas a luta das pessoas LGBT+ é diária, brigando pela sobrevivência quase todos os dias. Eu sou mãe de um menino gay e vim aqui lembrar a todos que essa é uma oportunidade de as pessoas mostrarem que estão presentes e se juntarem a comunidade a luta pelos direitos de todas essas pessoas”, disse.

Além das apresentações, o circuito viu uma ‘invasão’ de candidatos acompanhados por dezenas de pessoas. Se misturando às atrações na pista, eles aproveitaram a oportunidade para divulgar suas campanhas. Era uma chance irresistível, afinal um evento de grande porte durante o período eleitoral pode render uma votação mais expressiva nas urnas.

Essa é a 21ª edição do evento, organizado pelo GGB. Luiz Mott, fundador e presidente de honra da instituição reforçou o caráter político da data. “Esse é um momento de visibilidade da nossa luta. O Brasil é o país que mais mata pessoas LBGTQIAPN+ e nós viemos relembrar que queremos respeito, direitos iguais e viver nossas vidas com a liberdade que nos é de direito”, falou.

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo