Panificadora Santa Dulce vai produzir 750 mil panetones para o Natal 2024

Instituição é a principal mantenedora do Centro Educacional Santo Antônio, que atende 900 alunos em vulnerabilidade social

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 23 de outubro de 2024 às 06:00

Santa Dulce
Panificadora vai produzir 750 mil panetones para o Natal de 2024 Crédito: Marina Silva/CORREIO

Seja nas prateleiras dos mercados ou nas lojas das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), os panetones de Santa Dulce dos Pobres fazem parte do imaginário dos baianos que abastecem os estoques para o Natal. Em 2024, a empresa espera produzir até 750 mil panetones, um aumento de 7% em relação a produção do mesmo período de 2023.

“Serão 50 mil unidades a mais produzidas para esse ano. Há três anos, nossa produção começava  em outubro ou novembro e, agora, eles chegam nas prateleiras dos grandes supermercados no final de agosto. Mesmo sendo sazonal, o panetone é o nosso principal produto, uma vez que a demanda é sempre alta”, explicou o gerente da Panificação Santa Dulce dos Pobres Daniel Reis.

A produção natalina resultou na contratação de 60 novos funcionários para a panificadora, que conta com 30 produtos, entre panetones, biscoitos, brownies e pães. A empresa é a principal mantenedora do Centro Educacional Santo Antônio (Cesa). A instituição atende 900 alunos em situação de vulnerabilidade social, na unidade localizada em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.

As iguarias são vendidas nas redes de supermercados da Bahia e Sergipe, além de televendas para todo o Brasil. No último sábado (19), a empresa lançou três novos sabores de biscoitos: coco, cacau com cereais e banana com canela. “Pensamos em produtos que pudessem agregar à nossa linha para levá-la a novos nichos e diversificar os sabores. As receitas foram pensadas com os sabores tradicionais, visando a aproximação das produções caseiras, usando menos conservantes e fugindo de uma linha industrializada”, afirmou a coordenadora do Centro de Panificação Santa Dulce dos Pobres Laiza Oliveira.

Panificadora ajuda a manter projetos eduacionais na Osid
Panificadora ajuda a manter projetos eduacionais na Osid Crédito: Marina Silva/CORREIO

De acordo com Daniel, as novas opções seguem o momento de expansão da empresa, que triplicou o número de produtos nos últimos seis anos. “Nós nos fortalecemos no mercado pela qualidade dos nossos produtos. O consumidor não vai repetir a compra diariamente se não gostar do sabor, uma vez que existe uma grande variedade de opções. Fomos nos adaptando e acompanhando as mudanças de consumo do público para atender a  demanda e manter o nosso crescimento”, esclarece.

“Por mais que o produto se consolide por ser solidário, a qualidade precisa caminhar junto, pois os consumidores e revendedores estão mais exigentes. Isso é algo que pensamos com muito cuidado, seja na produção, nos controles de processos internos e treinamentos da equipe para o final do ano”, completou a coordenadora.

A panificadora foi criada em 1991, com o objetivo de abastecer as unidades da Osid, como o Hospital Santo Antônio, na Cidade Baixa, e o Cesa que, na época, era um orfanato. As vendas começaram em 1996, com a criação da marca Dulce Natura, que assina os produtos.

“Ela sempre se preocupou com o futuro das crianças que eram atendidas no orfanato, então sempre buscou que eles tivessem uma formação ou atividade profissional, seja na panificadora ou em outros cursos que eram oferecidos. Ainda hoje, temos os chamados ‘Filhos de Santa Dulce dos Pobres’, que são profissionais que passaram a trabalhar para a instituição quando chegaram a fase adulta”, contou o gerente.

Santa Dulce
Cerca de 60 novos funcionários foram contratados para a produção natalina Crédito: Marina Silva/CORREIO

O Centro Educacional Santo Antônio (Cesa) atende jovens do primeiro ao nono ano, do ensino fundamental, com atividades em tempo integral. Os alunos têm acesso gratuito à arte-educação, inclusão digital, atividades esportivas, assistência odontológica, alimentação e materiais pedagógicos. A escola também realiza atividades em parceria com o Núcleo Estadual de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojibá).

“O nosso objetivo não é o lucro, mas ampliar nossa a receita para dar maior sustentabilidade às necessidades do Cesa. Também queremos ter a capacidade de aportar o restante das Obras, como o hospital, que precisa de doações ao longo do ano. Todos que trabalham aqui carregam a oportunidade de transformar a vida das crianças atendidas no Cesa, que é um trabalho realizado com muito amor pelos professores”, finalizou Daniel.

Cesa atende alunos do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental
Cesa atende alunos do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental Crédito: Marina Silva/CORREIO

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro