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Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 18:18
O pai da cigana Hyara Flor, Hiago Alves, publicou, nesta sexta-feira (11), um vídeo nas redes sociais contestando o inquérito que apurou a morte da adolescente de 14 anos.
"Estou aqui indignado e revoltado, mas já esperava esse inquérito policial. O senhor [o delegado] ouviu três pessoas manipuladas que tiveram tempo suficiente para manipular. Eles estavam soltos esse tempo todo, saíram correndo sem prestar socorro para a minha filha. Eu e minha família estamos muito tristes e revoltados com isso, estamos sofrendo há 40 dias e aí vem uma resposta dessa", disse, no vídeo.
O inquérito concluiu que o cunhado de 9 anos da adolescente disparou contra a cigana enquanto brincavam com a arma no quarto. O tiro atingiu o queixo da jovem. O delegado da Polícia Civil que investiga o caso, Robson Andrade, explicou que a criança teria saído da residência na hora do crime e dito ao pai que disparou contra ela.
"Além de oitivas com testemunhas no local, analisamos imagens das câmeras de segurança do local e, logo após o disparo, o cunhado de 9 anos sai da casa com as mãos na cabeça e diz: 'Pai, eu matei Hyara! Isso é observado pelas câmeras e confirmado por testemunhas", relatou o delegado, informando que a criança chegou a pedir para ser morta.
O pai da vítima disse que confia na juíza e no promotor de justiça que devem cuidar do caso. "Nós confiamos muito na juíza e no promotor de justiça, eles não vão aceitar esse inquérito policial. Acima do senhor delegado tem um Ministério Público e tem Deus", afirmou.
Hyara Flor foi morta em julho deste ano em Guaratinga, no sul da Bahia. O marido da vítima, de 14 anos, era o principal suspeito. Ele foi apreendido no último dia 26 de julho, no Espírito Santo. Ele continua preso nesta sexta.
A investigação apontava que o crime teria sido cometido por vingança após um relacionamento extraconjugal entre a mãe do adolescente e o tio da vítima. Conforme a polícia, não houve provas que comprovassem a versão.
Ainda de acordo com o delegado, houve correria após o disparo para prestar socorro a Hyara, que acabou não resistindo. Andrade explicou também o porquê do marido de Hyara, um adolescente de 14 anos que era o principal suspeito pelo crime e chegou a fugir de Guaratinga para o Espírito Santo, se viu livre de indiciamento pela morte da jovem.
"No processo de investigação, foi constatado que a vítima estava com o cunhado brincando com a arma no quarto onde foi atiginda. Além de perícia na arma, que indica um disparo com 20 cm de proximidade e compatível com a altura da criança de 9 anos, testemunhas que estavam na casa indicaram que ele estava em outro cômodo no momento do tiro", diz.
A arma em questão era sogra da adolescente, que foi indiciada por homicídio culposo e porte ilegal. Coordenador da 23° Coorpin, o delegado Paulo Henrique Oliveira trouxe a informação de outros dois disparos, esses feitos de fora para dentro da casa, que seriam o motivo da fuga da família.