Padre Fábio de Melo fecha penúltima noite da festa de Santa Dulce dos Pobres

Com show "Este sou eu", sacerdote reuniu aproximadamente 8 mil fiéis no Largo de Roma

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 22:09

Padre Fábio de Melo comanda show em homenagem à Santa Dulce dos Pobres
Padre Fábio de Melo comanda show em homenagem à Santa Dulce dos Pobres Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Foi ao som de Clareou, canção que fez sucesso na voz de Diogo Nogueira, que o padre Fábio de Melo iniciou o show no 12° dia da Trezena em honra a Santa Dulce dos Pobres. A apresentação gratuita encerrou a programação desta segunda-feira (12), na Praça Irmã Dulce, no Largo de Roma, com a participação de aproximadamente 8 mil pessoas.

Padre Fábio comandou o show Este Sou Eu, composto por canções que falam sobre fé, amor, esperança e paz. Fizeram parte do repertório músicas como Noites Traiçoeiras, de padre Marcelo Rossi; Onde Deus Possa Me Ouvir, de Vander Lee, e Trem Bala, sucesso de Ana Vilela e Luan Santana.

Este show já havia sido apresentado pelo padre na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA), em novembro do ano passado. No entanto, uma remodelação do repertório foi feita especialmente para essa ocasião - a primeira apresentação do sacerdote em uma festa da santa brasileira.

"É uma honra estar aqui. Celebrar Santa Dulce é recordar um dos principais pilares do Evangelho, que é a caridade, sem a qual a gente nem pode dizer que é cristão. Todos nós precisamos evoluir espiritualmente para entender a caridade de maneira muito especial, como Santa Dulce praticava, sem esperar nada em troca", afirmou Fábio, que se apresenta pelo menos uma vez em Salvador a cada ano.

Celebrar Santa Dulce ao som de padre Fábio foi o motivo pelo qual dona Amélia Guimarães, 68 anos, saiu do bairro de Paripe, no subúrbio de Salvador. A aposentada teve poliomielite (doença contagiosa aguda causada por vírus) e usa cadeira de rodas desde 2014, quando sofreu um acidente e perdeu parte do movimento das pernas. Acompanhada do filho, o turismólogo Matheus Fontes, 29 anos, chegou à praça 1h30 antes do show começar.

"Já tem um tempo que não saio para eventos, incluindo os religiosos. É engraçado que eu pedi a Santa Dulce para abrir todos os caminhos, para que eu pudesse vir. Só não viria se chovesse, o que não aconteceu. Parece que ela me deu forças, eu senti uma coisa diferente”, disse Amélia, que não participava de eventos como esse há cerca de 10 anos.

Amélia Guimarães e o filho, Matheus Rodrigues
Amélia Guimarães e o filho, Matheus Fontes Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Na primeira fila, estava dona Maria Lúcia Barreiro, 81, ao lado da nora Élida Barreiro. A aposentada atribui a Santa Dulce a intercessão pela cura de um câncer de intestino, há seis anos. “Eu fiz quimioterapia e, com ajuda de irmã Dulce, estou aqui perfeita. Hoje mesmo, fiz um ultrassom da mama, estava muito preocupada, mas graças a Deus estava tudo perfeito. Fui à clínica chamando por ela [Santa Dulce]”, relatou.

Maria Lúcia Barreiro e nora, Élida Barreiro
Maria Lúcia Barreiro e nora, Élida Barreiro Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Antes do show, fiéis católicos realizaram a primeira Procissão dos Nós em devoção à Santa Dulce dos Pobres. Dezenas de pessoas caminharam do Santuário de Santa Dulce, no bairro de Roma, até a Igreja do Senhor do Bonfim, segurando um imenso cordão com os nós, que representam os pedidos dos devotos.

O cordão remete à tradição franciscana de Santa Dulce. Há dois meses, fiéis que visitaram o Santuário começaram a amarrar no gradil da Capela das Relíquias, no Santuário, cordões com 13 nós. Os objetos foram retirados e amarrados uns aos outros. No total, mais de cinco mil cordões - com 30 centímetros de comprimento cada - formaram uma enorme corrente. A ideia é que esse ato de fé seja fortalecido no decorrer nos anos.

"De todas as procissões que ocorreram ao longo dessa trezena, eu acho que essa [Procissão dos Nós] tem um significado muito mais forte porque as pessoas participaram do cordão dos nós, fizeram seus pedidos, as suas orações, e agora a multidão traz aqui para agradecer à Santa Dulce, aos pés do Senhor do Bonfim", disse Maria Rita Pontes, sobrinha de Dulce e superintende das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).

As celebrações em homenagem à primeira santa brasileira iniciaram no último dia 1° e serão finalizadas nesta terça-feira (13), com alvorada, uma série de missas ao longo do dia, procissão luminosa e shows gratuitos do padre Antônio Maria e da banda Anjos de Resgate.

Como forma de intensificar ainda mais o trabalho das Osid e estimular a adesão ao sócio protetor, o jornal CORREIO terá um brinde especial do dia 13 de setembro. Os leitores poderão adquirir, junto a edição do dia, uma ecobag temática em homenagem ao projeto, por R$ 13.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela