Ovos de tartarugas ameaçadas de extinção são roubados no extremo sul da Bahia

Ninhos são roubados para a venda dos ovos para consumo humano

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Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 10:09

Ovos de tartarugas ameaçadas de extinção são roubados no extremo sul da Bahia
Ovos de tartarugas ameaçadas de extinção são roubados no extremo sul da Bahia Crédito: Reprodução/TV Santa Cruz

Um crime ambiental vem sendo cometido com frequência no litoral sul da Bahia, sobretudo na cidade de Alcobaças. Ninhos de tartarugas estão sendo roubados para a venda dos ovos para consumo humano.

Segundo informações do analista ambiental responsável pela base da região, Marcello Lourenço, a dúzia de ovos é comercializada pelo valor de R$ 15,00. Cada ninho tem, em média, 120 ovos.

Marcello conta o consumo de ovos de tartaruga era uma situação comum há algumas décadas, entre as comunidades tradicionais. Com a criação do Projeto Tamar e a implementação dos trabalhos de educação ambiental, essa prática foi consideravelmente reduzida.

"Hoje, quem pega os ovos no ninho, não pega para ele comer, mas para vender a um fazendeiro da região que compra para comer", afirmou o analista. Na região, 95% das desovas são de tartarugas da espécie cabeçuda. Além dela, há também as espécies oliva e pente, todas ameaçadas de extinção.

Segundo Marcello, só ele identificou o roubo de sete ninhos. Considerando que, de cada mil tartarugas, apenas uma chega à idade adulta, apenas essa ação criminosa, praticamente inviabilizou a chegada de mais uma tartaruga à fase adulta.

Criada em 2020, a base de Caravela, que cobre a região, registrou 20 desovas nos dois primeiros anos. No terceiro ano, o número subiu para 47 e, este ano, já 98 ninhos anotados.

Para se quantificar quantos ninhos foram furtados, Marcello orientou as pessoas a fazerem boletins de ocorrência na polícia. Além disso, a Polícia Militar está realizando rondas para tentar coibir a prática.

"Mas temos um problema grande porque os crimes ambientais precisam de flagrante. Além disso, a área onde ficam os ninhos é uma região desabitada, por isso é difícil chegar nas pessoas que furtam", disse Marcello.